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Mais de 78% dos profissionais de tecnologia preferem manter o trabalho remoto no pós-pandemia

Foto: Alex from the Rock/AdobeStock

Em meio a escassez de mão de obra qualificada no setor de tecnologia, a contratação remota se mostrou uma alternativa para que as empresas ampliassem a possibilidade de encontrar programadores em qualquer lugar do mundo. Este modelo de trabalho é visto como tendência mesmo após o fim da pandemia.

Pesquisa feita com 718 profissionais pela GeekHunter, plataforma de recrutamento de desenvolvedores de software e data science, mostra que 78,27% dos profissionais que atuam na área de tecnologia preferem manter o trabalho em remoto, 19,36% o modelo híbrido, com alguns dias da semana em casa e outros na sede da empresa, e apenas 2,37% gostariam de retornar ao trabalho presencial.

Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter, avalia que o trabalho remoto foi imposto pela pandemia, mas trouxe bons resultados e é uma forte tendência para tentar driblar a falta de profissionais no mercado:

“A contratação deixou de ser local e passou a ser global e o modelo remoto amplia as chances de encontrar bons profissionais independentemente do local de atuação. Por isso, vimos um intenso movimento das empresas na abertura de vagas nesta modalidade”.

O estudo aponta que as companhias perceberam essa inclinação e estão mais abertas a manterem o home office.

Entre as empresas que já decidiram o modelo que vão implementar no pós-pandemia, segundo resposta dos profissionais ouvidos na pesquisa, 43,87% devem manter o trabalho remoto, contra 17,83% que escolheram o modelo híbrido e 11,84% o presencial. Outros 21,45% ainda não decidiram qual modelo seguir.

Para o empresário, como o setor é muito desbalanceado, com demanda maior do que a oferta, oferecer vagas de trabalho remoto passou a ser uma questão de adaptação ao mercado:

“Hoje não é uma questão de escolha das empresas, é uma escolha dos candidatos, que estão abertos a oportunidades remotas. Se a empresa não se adapta a esse novo cenário, ela fica fora do radar, não consegue contratar e ainda fica extremamente limitada a um pequeno público que ainda está aberto para oportunidades presenciais”.

PRODUTIVIDADE AUMENTOU NO HOME OFFICE

A pesquisa mostrou que, entre os profissionais que preferem o trabalho remoto, 77,58% vê uma série de benefícios neste modelo, como ter maior flexibilidade de horários, não enfrentar o trânsito no deslocamento ao escritório, o conforto de casa e passar mais tempo com a família.

“O trabalho remoto mudou completamente minha rotina, abrindo novas possibilidades e me deixando mais feliz. Agora consigo visitar minha namorada frequentemente, que mora em outra cidade, passar mais tempo com minha família e meus pets. Além disso, zerei o tempo que passava no trânsito e consigo praticar mais esportes ou algum jogo, tendo mais qualidade de vida”, comenta Pedro Bini, tech lead na GeekHunter.

Além disso, 66% dos participantes disseram ter aumentado a produtividade no home office, contra 24,23% que não sentiram diferença e 5,71% que afirmaram ter diminuído a produtividade.

Para Pedro, o aumento da produtividade é reflexo do equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal, com uma rotina mais leve e confortável:

“No início foram necessárias algumas adaptações, como diminuir as reuniões não produtivas, mas hoje somos tão produtivos, ou até mais, do que no trabalho presencial”.

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Já o modelo híbrido, apontado como preferência por 19,36% dos profissionais que responderam a pesquisa, foi escolhido pela flexibilidade que a modalidade oferece (29,50%), não precisar se deslocar todos os dias (15,11%), encontrar o time em projetos importantes (3,60%) e todas as alternativas (48,92%).

O modelo presencial foi escolhido porque separa o ambiente de trabalho do ambiente doméstico (23,53%), proporciona maior contato com equipe do trabalho (17,65%), maior suporte de outros departamentos da empresa (5,88%) e todas as alternativas (41,18%).

Dos respondentes, mais de 80% são desenvolvedores e 14% trabalham na área Data Science, sendo que 37,13% são profissionais seniores, 34,21% plenos, 13,21% especialistas e 12,80% juniores.

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