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Empreendedorismo feminino: advogada descomplica propriedade intelectual e registro de marcas no Instagram e cria oceano azul da área

Foto: divulgação

O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema. 

A segunda convidada é Bárbara Giacomazzo de Carvalho, que desde o início do ano decidiu seguir um de seus sonhos: ser dona do seu próprio negócio. Com 26 anos, ela é advogada, pós-graduada em Fashion Law, certificada pela World Intelectual Property em propriedade intelectual, atuando principalmente na área de propriedade intelectual com foco em registro de marcas. Confira abaixo: 

Qual foi o start para você começar o negócio?

A vontade de fazer diferente e escrever a minha história a “próprio punho” sem dúvidas foram as motivações que me levaram a advogar de forma autônoma numa área do direito considerada inovadora. Iniciei minha jornada jurídica lá em 2013, quando ingressei na faculdade. Com 17 anos, no início do curso de Direito, consegui meu primeiro estágio em um escritório de advocacia de Blumenau. O escritório trabalhava com a área cível e ali tive o primeiro contato com a rotina e os desafios da área. Gostava muito de estagiar naquele lugar, mas sempre tive em mente que eu deveria passar por diversas experiências, para descobrir o que eu realmente amava. Com essa mentalidade e vontade de aprender, durante a faculdade, tive a oportunidade de conhecer e estagiar em outras áreas e funções: escritório cível, tributário, vara criminal e gabinete criminal no Fórum da Comarca de Blumenau. Em 2016 retornei para o escritório de direito cível que eu havia estagiado em 2013. Ali continuei a minha carreira jurídica, realizando todas as funções inerentes da área cível. Em 2017, pouco tempo antes de me formar na faculdade, conheci o Fashion Law através de uma amiga do Rio de Janeiro que já trabalhava na área e passei a pesquisar sobre o Direito da Moda. Até então, eu nunca tinha tido contato com esse ramo. Os estudos iniciaram e comecei a entender esse ramo mercadológico do mundo fashion, passando por processos produtivos, industriais, criativos e até mesmo tecnológicos da moda, especialmente na área têxtil. Quando mergulhei de cabeça no Direito da Moda, conheci a Propriedade Intelectual (uma área do direito que cuida das criações humanas, sejam as marcas, obras, invenções etc…) e fiquei fascinada. Por esse motivo, em 2018 iniciei a minha pós-graduação em Direito da Moda e participei de um congresso no Rio de Janeiro sobre Fashion Law. Ali, com profissionais de tanta relevância no cenário nacional, pude perceber que havia um mercado a ser explorado no mundo jurídico. Continuei os meus estudos na área. Realizei diversos cursos de aperfeiçoamento e especialização. Durante esse percurso, passei a receber convites para palestras e entrevistas sobre Direito da Moda e Propriedade Intelectual. No ano passado, a pandemia surgiu e me fez refletir sobre muitas coisas. E foi aí que em fevereiro de 2021, ainda advogando no escritório cível, decidi que estava na hora de me aventurar. Alçar novos voos e, especialmente, escrever a minha própria história. No dia 08/06/2021 minha jornada autônoma como advogada de Propriedade Intelectual com atuação em Registro de Marcas começou. Obviamente eu estudava a área desde 2017. Já estava pós-graduada e com um currículo de cursos e extensões fazendo parte da minha carreira jurídica. Mas apenas 4 anos depois do início dos estudos e das pesquisas é que eu tive a coragem para trabalhar nesta área. Passei então a produzir conteúdos digitais no Instagram, focando sempre numa abordagem jurídica descomplicada e cheia de personalidade e, desde então, sigo aqui. São “apenas” 9 meses trabalhando como autônoma, mas sem dúvidas com uma experiência incalculável e um sentimento de que fiz a escolha certa.

Quais são os desafios como mulher ter o próprio negócio? E o que você indica para quem quer começar?

Acredito que o simples fato de ser mulher no nosso país já é um grande desafio. Mas confesso que não deixo o meu gênero ser um “problema”. Trabalho muito, continuo me atualizando, pesquisando a área para prestar um atendimento competente e desta forma consigo demonstrar que sou boa no que faço, independentemente do meu gênero. No final das contas, quem me contrata entende justamente isso. Portanto o meu conselho para quem está começando ou pretende começar a empreender é: seja um profissional diferenciado, honesto, estudioso e bom no que faz. O resto é consequência.

Entre expectativa e realidade, o que você achava que era empreender e o que de fato é?

Inicialmente eu tinha a percepção de que empreender se tratava apenas de ter um negócio. Com o tempo, percebi que se trata muito mais da paixão pelo que se faz, do empenho que se coloca dia após dia, da maneira como nos colocamos no lugar do cliente e das suas dores, da forma como lidamos com os problemas que eventualmente existem e, especialmente, do quanto estamos dispostos a lutar pelos nossos sonhos. 

Quais lições de empreender no seu segmento?

Há uma afirmação corriqueira de que a advocacia está saturada. Mas ao iniciar a minha carreira autônoma advogando da forma que eu acredito (com muito profissionalismo, estudo, competência e respeito ao cliente), pude perceber que existe um mercado sedento por bons profissionais. Lido com muitos empreendedores. Pessoas que habitualmente já enfrentam diversos desafios. Portanto, a maior lição que eu pude tirar neste tempo é: como advogada, o meu papel é o de facilitar a vida do meu cliente. Ser clara, objetiva, me inteirar do negócio e principalmente ser o mais honesta possível.

Em quem ou no que você se inspira? 

Possuo muitas influências. É claro que me inspiro em grandes nomes do empreendedorismo, como por exemplo a Cris Arcangeli, que até o momento fundou 5 empresas, é sócia em outras diversas, já foi jurada em programas de empreendedorismo, além de somar participações em outros reality shows com temáticas empreendedoras. Mas também admiro pessoas reais, que fazem parte do meu convívio. Dentre tantas pessoas, destaco o meu noivo que, sem dúvidas, é uma das minhas maiores inspirações como “modelo de empreendedor” a ser seguido.

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