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Empreendedorismo feminino: como panos sinceros também ecoam a real sobre empreender como mulher

Foto: divulgação.

O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema. 

A convidada de hoje é Nina Masnik, que criou a Panos Sinceros, em Florianópolis.

Qual foi o start do negócio?

A Panos Sinceros começou em abril de 2019, mas a ideia veio pelo menos um ano antes e foi uma junção de dois momentos. O primeiro foi numa feira gráfica em Florianópolis, que tinha um casal vendendo panos de prato mas com frases bem niilistas, comprei e um tempo depois quis comprar novamente e nunca mais os achei. O segundo foi uns meses depois, com um pano de prato com um gato todo torto com a frase “Minhas lágrimas têm sido meu alimento dia e noite”, no qual viralizou nas redes e perfis de memes, pois na verdade essa frase é de um Salmos, então estava dentro do tema bíblico que domina os panos de prato. Nisso pensei que seria legal fazer com outras frases engraçadas, comprei um lote de 100 panos de prato com desenhos horríveis e comecei a saga de buscar a serigrafia, o que demorou muito. Eu enviava as frases e as pessoas paravam de me responder achando que era brincadeira ou sabe se lá o que pensavam. Depois de alguns meses achei a serigrafia que faz meus panos até hoje. Durante um ano a coisa caminhou super devagar, pensei em desistir várias vezes, até que no início do ano passado, um perfil famoso de memes no Instagram repostou marcando a loja e viralizou. De 100 panos vendidos eu passei para mais de 10 mil, de um escritório em casa fui para um escritório fora onde me organizei melhor e, em breve, pretendo chamar alguém para trabalhar diretamente comigo. A aposta em si não foi muito pensada, achei que seria uma ideia boa e tentei, não teve nada de início formal, pesquisa de mercado, plano de negócios e todas essas coisas tradicionais. Eu acreditei que era bom, persisti e fui. Como toda loja tem seus altos e baixos nas vendas, mas é uma empresa saudável. Trabalhava com publicidade e depois de um ano consegui ir me desligando dos meus clientes da área para focar somente na loja e, hoje em dia, é dela que eu me sustento, então considero muito positivo. Mantive minha média de ganhos e tenho muito mais liberdade e flexibilidade, respeito muito mais minha saúde física e mental.

Quais são os desafios de empreender como mulher? E o que você indica para quem quer começar?

Não sei se como mulher, mas minha maior dificuldade em empreender principalmente lançando um produto tão original, e de certa forma muito simples, é lidar com as cópias, que já são dezenas. Já me abalou mais, mas ainda fico um pouco frustrada e ao mesmo tempo intrigada de como algumas pessoas querem se inserir numa indústria criativa se o que elas não tem é criatividade, pois já iniciam copiando outra loja. Então acho que a minha dica é aprender que referência e inspiração são diferentes de cópias, procurar nichos de mercado não atendidos, consumir cultura, exposições, filmes, documentários, livros e tudo mais que seja possível para alimentar suas referências e estimular sua criatividade. Trabalhar o olhar e criar algo original, algo seu e que você se orgulhe. 

Entre expectativa e realidade, o que você achava que era empreender e o que de fato é?

Eu nunca romantizei empreender, nunca idealizei que era isso que eu queria para mim. Eu sempre fui muito criativa, tenho ideias de coisas novas todos os dias, então já fiz de tudo um pouco, nunca tive problemas em desistir de algo se achasse que não estava mais dando certo. Acho que no fim, empreender para mim foi fruto de um mercado de trabalho que paga mal e exige muito combinado com a vontade de ter algo que eu me orgulhasse de ter feito, coisa que não acontecia trabalhando na área em que eu trabalhava. Talvez se eu tivesse me encontrado nele não empreenderia, mas hoje em dia tenho orgulho de fazer o que eu faço e já estou com uma nova loja em processo de criação. Vamos dizer que fui uma empreendedora acidental. 

Quais lições de empreender no seu segmento?

Como meu nicho é muito específico vou falar de maneira geral de empreender com produtos criativos. As lições são: registre sua marca, pesquise se seu produto é possível de patente e faça isso, tente não se abalar com cópias porque elas vão existir e são uma forma bem desonesta de “elogio”, acredite no seu potencial e não tenha medo de mudar. Criatividade não é algo fixo e imutável, é algo que vai se transformando com o tempo e com você, respeitar isso é primordial.

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