Por Fernando Farias, CEO e fundador da Gofind.
Há quase dois anos, o mundo foi pego de surpresa por uma pandemia e houve a necessidade de se adaptar. No setor varejista, o impacto foi gigantesco. Enquanto alguns tiveram de fechar as portas, outros correram atrás de alternativas para continuar funcionando. Os desafios foram muitos, mas, passado o momento de aprendizado e adaptação, chegou a hora de pensar no mundo pós-pandemia e se preparar para continuar crescendo.
Segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as vendas subiram 1,4% no mês de maio de 2021. Com esse resultado, o setor se encontra 3,9% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, o que demonstra que o setor está se recuperando e tende a se expandir.
Com a pandemia, houve uma mudança no perfil do consumidor, que passou a dar preferência para comprar em locais próximos, evitando grandes deslocamentos. Além disso, ele também passou a planejar melhor as suas compras, evitando a exposição ao vírus, com a permanência longa em estabelecimentos comerciais físicos.
A jornada de compra tornou-se o que chamamos de “online to offline”, ou seja, o usuário busca, tira dúvidas e planeja a compra na sua casa, pela internet, e vai ao estabelecimento apenas para buscar os produtos que já pretendia adquirir. Isso ajudou tanto o pequeno comércio local a se manter aberto – mesmo com os protocolos de saúde e restrições como a quantidade de pessoas e horários de funcionamento – quanto o cliente, que pôde fazer compras de maneira muito mais eficiente.
Para além das mudanças do perfil do consumidor, os lojistas tiveram, e ainda têm, que lidar com os seus próprios desafios. O pequeno varejo está preocupado em sobreviver e precisa se adaptar aos processos da digitalização. A grande dificuldade aqui é cuidar de todas as suas responsabilidades, que, muitas vezes, incluem atender clientes, conferir estoque e tocar o dia a dia do pequeno comércio, além de arranjar tempo para administrar a presença digital do negócio. Tarefas que, para quem possui pouca maturidade digital, parecem ser impossíveis.
Já o grande varejista precisa se comunicar com o novo perfil do cliente, que atualmente é omnichannel, e realizar todas as etapas da jornada de compra online e física. Neste caso, a grande dificuldade é impactar o cliente de maneira positiva, oferecendo a experiência como um diferencial.
Diante de tantas mudanças e adaptações, para quem deseja crescer, não pode faltar investimento em estratégias omnichannel que sejam realmente integradas, uma vez que o usuário quer um atendimento ágil e personalizado. É fundamental que os varejistas tenham canais digitais que estejam conectados aos canais tradicionais. Desta forma, o contato pode continuar de uma maneira orgânica e inteligente, caso a pessoa decida fazer uma jornada que passa tanto pelo online quanto pelo offline. Isso ajuda o varejo a se tornar uma opção de compra muito mais atrativa para quem busca nas proximidades.
É crucial, também, para qualquer tipo de negócio, investir em inovação para continuar expandindo, sobretudo, neste momento em que a transformação digital é o diferencial entre a empresa que quer continuar relevante para o consumidor e a que permanece estagnada e pode perder a relevância que tinha ou almejava ter.
Por fim, o Trade Marketing Digital é uma estratégia que não pode ficar de fora dos planos dos varejistas, uma vez que ele busca a colaboração entre todos os elos da cadeia (indústrias, distribuidores e varejos) e torna a indústria um parceiro muito mais ativo do pequeno e médio comércio, por ajudá-lo a vender mais, divulgando seus produtos nos canais digitais dos lojistas e atraindo consumidores do digital para comprar na loja física mais próxima.
É preciso que os varejistas se adaptem aos novos tempos para continuar crescendo. Pensar em estratégias que atraiam os clientes e novas maneiras de inovar vão permitir que esses negócios se reinventem e se expandam com novas formas de atuação.