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Empreendedorismo feminino: como família, casa e trabalho são desafios para mulheres que empreendem e como a gestão do tempo se torna valiosa

Foto: divulgação

O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema.

Hoje conversamos com Sheila Censi Braun, formada em arquitetura e urbanismo,  especialista em gestão estratégicas de negócios e diretora executiva da Censi Máquinas. Confira abaixo: 

Quais os maiores desafios em ocupar cargos de gestão sendo mulher? Que dicas pode dar para quem está iniciando sua carreira?

Atualmente o maior desafio é equilibrar a carreira com filhos pequenos (tenho gêmeos com 18 meses). Sou intensa, sempre quero mostrar minha melhor versão em tudo o que faço. Mas particularmente nunca achei que não pudesse fazer algo por ser mulher, posso ter sido ingênua em algumas situações. Mas esta barreira nunca esteve na minha mente. Com o tempo se aprende que alguns cuidados com postura são necessários. Mas quando nos posicionamos com profissionalismo, as pessoas nos respeitam, em todos os sentidos. Para quem está começando, recomendo ser curiosa, ler, estar atenta a tudo que está acontecendo além da sua vida, da sua casa, sua cidades e, principalmente, ter a mente aberta para saber como aproveitar as oportunidades que estão o tempo todo nos rodeando.

Mulheres líderes possuem um olhar diferenciado sobre a gestão? Como isso impacta os negócios?

Acredito que a mulher tenha mais habilidades inerentes à liderança, baseado no fato de lidar com questões diversas o tempo todo. Família, casa e trabalho, são um trio bem desafiador. Como perfil, tenho muito forte o foco na solução, e isto impacta de forma muito positiva nos negócios em todas as pontas. Sou também sempre acessível às pessoas, o que traz agilidade para as relações e, consequentemente, aos negócios.

Como a mulher pode se preparar para assumir cargos de liderança?

Precisa estar tecnicamente preparada, desenvolver uma boa base de relacionamento e ter coragem. Muitas pessoas estão aquém do que poderiam por falta de coragem, ou por possuir crenças limitantes. 

A mulher exerce o papel de diversas personas (mãe, esposa, profissional) na carreira profissional. Como lidar com essa multiplicidade de papéis e de que maneira ela pode enriquecer o mercado de trabalho?

Autoconhecimento é chave. Quem se conhece, sabe como lidar melhor com cada situação. Uma coisa importante que aprendi com a maternidade, é trabalhar com a urgência. Um bebê – ou dois – te mostram que a grande maioria das coisas não podem ser deixadas para depois. E o mais importante, precisa funcionar! Meu tempo se tornou ainda mais valioso e aprendi a ser ainda mais produtiva e assertiva.Os aprendizados da maternidade me aprimoraram como profissional. E o prazer que tenho no meu trabalho, me fazem uma mãe muito mais feliz e inteira. 

Além de diretora executiva na Censi Máquinas, você também assumiu recentemente a posição de coordenadora do núcleo têxtil da Associação Empresarial de Gaspar (Acig), sendo a segunda mulher a ocupar a coordenação de um núcleo na organização. Quais impactos esta representatividade leva a outras mulheres e ao próprio setor têxtil?

Tenho a convicção que bons profissionais precisam de maiores espaços, independente de gênero. Mas se entendemos que as mulheres possuem habilidades gerenciais natas, me sinto honrada e desafiada em estimular o interesse de outras mulheres para frentes de negócios. A coordenação do Núcleo Têxtil da Acig, Gaspar é um desafio pessoal. Não será algo simples, mas dá para fazer. O trabalho realizado com o núcleo, projeta a Censi como empresa que percebe o valor do coletivo. E o entende como meio de fortalecer toda a cadeia agregando valor às marcas baseadas em Gaspar

Quais lições que você aprendeu podem servir de guia para outras mulheres na construção e concretização de seus sonhos?

Respondo com uma passagem do livro Fernão Capelo Gaivota que gosto e fez diferença para mim: “Não acredite no que os olhos lhe dizem. Tudo que eles mostram é limitação. Olhe com compreensão, descubra o que já sabe e descobrirá a maneira de voar”.

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