Por Eduardo Cristian, empresário, palestrante e mentor têxtil.
Ninguém conhece um negócio melhor do que os colaboradores. Nem gestores, nem líderes e, muitas vezes, nem mesmo os donos do empreendimento. Isso porque são os funcionários que, dentro de uma confecção, acompanham os processos produtivos. Por isso é importante lembrar: a chave para uma liderança assertiva está na humildade.
É natural que no decorrer da trajetória de uma empresa o gestor se torne multifuncional, respondendo pela administração, comercial e demais setores que formem sua confecção. Da mesma forma que também é normal que durante este crescimento níveis hierárquicos surjam e distanciem este gestor de seus funcionários. Porém, com a falta de tempo e de atenção às demandas que surgem pela visão dos colaboradores, as confecções sofrem, sobretudo, com o retrabalho dentro de seus fluxos de produção.
Ouvir as demandas que surgem da visão e percepção dos funcionários deve ser prioridade em uma organização que busca se destacar no mercado. Já que este feedback permite a visualização de gargalos, redução de erros dentro da confecção e, consequentemente auxilia no faturamento.
É inegável que as confecções brasileiras se distinguem pela sua criatividade e utilizar esta habilidade para promover a integração e o diálogo dentro da organização é fundamental para garantir o sucesso esperado. Mais ainda em um cenário volátil e incerto como foi o último ano. Aliar as mudanças, sobretudo tecnológicas, com a união interna da equipe fomenta a visibilidade do negócio de maneira ampla.
Outro fator crucial à gestão é o planejamento. Sem gestão e previsibilidade, as confecções podem perder vantagens importantes, fazendo com que a coleção lançada se transforme no pesadelo do estoque parado. A alma de um negócio de sucesso é a adaptabilidade, a aptidão para se reformular com agilidade e a qualidade que o mercado demanda. Este é o diferencial que as confecções precisam buscar.
O planejamento é imprescindível para um crescimento saudável e, sem ele, a gestão dos negócios é feita na base do susto. Em uma época regada a informações e dados, pensar fora da caixa se tornou mais fácil, basta que gestores tenham a mente aberta para as novas possibilidades.
Ou seja, o êxito no universo têxtil é uma condicionante de um trabalho humano, alinhado com o hábito de ouvir pessoas, e as informações surpreendentes que podem surgir, e o planejamento estruturado do negócio. Ainda que com a volatilidade do momento, a moda seguirá sendo sempre mais do que um produto, mas sim um impacto na vida e cotidiano das pessoas. O futuro da confecção pertence àqueles que possuem percepção suficiente para compreender que o fator humano é o que se ressalta dentro de um negócio.