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Empreendedorismo feminino: como um coworking está conectando mulheres e gerando negócios

Foto: divulgação

O mês de novembro traz um tema que proporciona diversas discussões. Mulheres cada vez mais têm conquistado sua voz e seu espaço na sociedade, principalmente no empreendedorismo. Especificamente no dia 19 deste mês é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, como um único dia não seria suficiente, produzimos uma série com 30 entrevistas de mulheres fantásticas para falar sobre o tema. 

Hoje conversamos com Daniela de Souza, idealizadora e proprietária do Espaço Girl Boss, um coworking de Blumenau voltado para mulheres.

Qual foi o start do negócio? Como surgiu a ideia de um coworking voltado especialmente às mulheres?

O negócio surgiu antes mesmo de se tornar um,  quando a ideia inicial era buscar outras parcerias para dividir o mesmo local. Além da ideia de economia compartilhada, o intuito sempre foi o de apoio mútuo entre mulheres que quisessem crescer juntas! Com o surgimento da pandemia, vimos esses dois pontos mais relevantes do que nunca.

A rede de apoio é essencial durante o início da jornada empreendedora? Como o coworking busca atuar neste sentido?

Quem empreende há mais tempo, sabe que por muitas vezes, empreender é uma jornada solitária. Muitas mulheres não têm o apoio que gostariam da família, companheiros e amigos mais próximos. Especialmente para aqueles que não vivem a realidade de um  empreendedor(a). E é aí que faz toda diferença empreender ao lado de outras mulheres que estão no “mesmo barco” que você. Que passam pelas mesmas coisas, as mesmas dores e desafios. Estamos juntas para nos apoiarmos, fortalecermos umas às outras. Especialmente trocando nossas experiências e indicando nossos produtos/serviços.

Quais profissionais podem buscar o espaço?

A proposta do nosso espaço se tornou muito única principalmente pela pluralidade de profissionais. Temos estrutura para salão de beleza, onde recebemos cabeleireiras, trancistas, nail designers, podóloga. Estúdio de tatuagem para tatuadoras e body piercer. Sala de estética para todo tipo de profissional de estética facial e corporal. Uma sala de atendimento (como um escritório privado) que pode receber coaches, psicólogas, nutricionistas e as mais diversas profissionais que queiram atender suas clientes aqui, ou até mesmo desenvolverem seus trabalhos em um local onde inspira criatividade, como social medias, criadoras de conteúdo, arquitetas, estilistas, entre outras. Recentemente inauguramos uma sala de terapias integrativas, além do espaço para a prática de yoga e pilates solo. Além do coworking com planos mensais fixos, locamos para fotógrafas, artistas e para mulheres que queiram realizar workshops, rodas de conversa, oficinas, palestras, enfim. Para finalizar, contamos ainda com uma loja colaborativa, com algumas parcerias já fechadas e outras em andamento. Já surgiram parcerias que nem imaginávamos! Então estamos super abertas a personalizar planos para profissionais que tenham interesse em fazer parte do projeto. Só lembrando que temos limite de profissionais por segmentos.

Quais vantagens o empreendedorismo traz para mulheres que cumprem multipapéis?

Algo importantíssimo ao apoiarmos o empreendedorismo feminino é a liberdade que ele nos proporciona. Embora a gente veja muitas mulheres escravas do seu próprio negócio, a liberdade a que me refiro vai muito além da financeira! Falo de liberdade de escolha e poder de decisão! Pregamos aqui, que todas são “chefes de suas vidas” e algumas das melhores vantagens que oferecemos, é justamente esse modelo de negócio, onde é possível locar os dias conforme sua demanda e especialmente de maneira que sobre mais tempo para os nossos outros papéis e funções, inclusive o de cuidar de nós mesmas. Aqui cada uma faz seu horário de atendimento, no seu ritmo e conforme sua necessidade

No início do seu projeto, percalços como a necessidade de trocar de espaço surgiram. De que forma essas adversidades atingiram o seu negócio e sua vontade de seguir empreendendo?

Começar um negócio desse tamanho com os recursos financeiros que começamos, já foi bastante desafiador. Agora imaginem só, investir boa parte desse recurso, em uma reforma imensa como a que fizemos e, após 3 meses da inauguração, receber a notícia da venda da casa que havíamos alugado. Tudo isso durante uma pandemia! Essa mudança impactou profundamente nossas finanças. Tivemos que nos mudar, recém inauguradas, não tínhamos nem nos estabelecido direito. Perdemos o dinheiro investido no local, e seguiremos pagando empréstimos referente a essa reforma por bastante tempo ainda, e pior, tendo que reformar e adaptar o novo local que estamos. O proprietário da casa, sabendo da nossa situação, nos ajudou em bastante pontos. Mas ainda temos muitas coisas importantes e indispensáveis a fazer na estrutura do espaço atual. Porém, toda essa adversidade mostrou o quanto estou certa do caminho que escolhi, me tornando resiliente o suficiente para superar todos esses desafios, pois não tenho dúvidas de que valerá a pena! 

Quais são os maiores desafios como mulher em ter seu próprio negócio? E o que você indica para quem quer começar?

Acho que as maiores dificuldades, está justamente em desempenhar todos os papéis e lidar com todas as cobranças da sociedade. Aquela cobrança, por exemplo,  de que uma boa mãe, não tem como ser uma boa profissional, e vice-versa. Tenho certeza que todas nós estamos fazendo o nosso melhor para “ser boa” em tudo! Mas isso não é possível. No decorrer da minha jornada aprendi, que está tudo bem não dar conta de tudo. Para quem está começando, o que eu indicaria, muito mais que estudar e se aperfeiçoar no lado profissional, que também trabalhe fortemente sua mentalidade e espiritualidade. Inteligência emocional, autoconhecimento e equilíbrio são pontos essenciais para uma empreendedora se desenvolver como profissional e como pessoa.

Na sua visão, por que é importante incentivar o empreendedorismo feminino no Brasil?

Acho que um dos principais motivos para incentivar e fomentar o empreendedorismo feminino, é o ato de empoderar a mulher como protagonista de sua vida. Inclusive, é claro, de conquistar sua independência financeira. Esse é um dos maiores motivos de as mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil não denunciarem os seus agressores, por depender financeiramente dos mesmos no sustento  de suas famílias e filhos.

O que lhe inspira para continuar empreendendo?

Minha principal fonte de inspiração é deixar exemplo, primeiramente aos meus filhos, e também a outras mulheres empreendedoras, de que todos os seus sonhos são possíveis, se você não desistir! Trabalhar em um projeto que mostra a todos a importância da coletividade para crescermos e nos fortalecermos também é algo que me motiva, me inspira e me orgulha muito! 

Quais são os próximos passos para seu negócio?

Atualmente os principais objetivos do Espaço Girl Boss são terminar 100% a estrutura física, oferecendo o máximo de conforto e aconchego para nossos coworkings e clientes, além de preencher totalmente as vagas de planos mensais que temos disponíveis, para alcançar uma estabilidade maior na administração do projeto. A ideia de se formar um time fixo faz justamente parte dos nossos próximos passos, que trará muitas oportunidades de compartilharmos conhecimentos e experiências nos mais variados âmbitos da vida da mulher. A ideia é gerar cada vez mais networking entre as envolvidas. Não só profissional, mas de laços afetivos que já estão sendo criados entre elas. Estamos construindo uma linda rede de apoio. E isso inclui maior dedicação ao empreendedorismo social, ao que queremos que esteja cada vez mais presente no projeto. Como sempre falo… nunca foi só em negócio.

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