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Como Blumenau está se desenvolvendo no ecossistema de inovação e como o poder público apoia iniciativas ligadas ao segmento

Foto: divulgação.

Blumenau é um dos polos de tecnologia em Santa Catarina. Além disso, se destaca no âmbito do ecossistema de inovação, com diversas iniciativas e startups fazendo acontecer. E como parte importante desse movimento, o poder público vem para agregar, tanto incentivando quanto promovendo ações que conectam a inovação com os mais diversos setores da economia da região. 

Para saber mais quais são essas ações e o impacto que estão gerando, conversamos com Sylvio Zimmermann, secretário de Desenvolvimento Econômico de Blumenau. Recentemente a pasta moveu sua estrutura para o Centro de Inovação Blumenau, buscando ainda mais aproximação com esse ecossistema. Confira abaixo:

A pandemia ressaltou a importância da inovação dentro do mercado e essa é uma das características das startups. De que forma a SEDEC buscou apoiar este modelo de negócios durante o ápice da crise? 

A SEDEC mantém apoio financeiro mensal ao Instituto Gene, que atua em dois eixos estratégicos: inovação e empreendedorismo. Através do Gene apoiamos as empresas residentes no Centro de Inovação e as empresas incubadas. Apoiamos institucionalmente eventos como a Feira de Inovação e Empreendedorismo de Blumenau (Furb), a Trilha da Inovação (Furb), o Hackathon (Furb), a Fastbuilt Experience (Fastbuilt) e a Oktober Tech Week (Blusoft/Gene/CIB). A SEDEC coordenou o programa de recuperação econômica do município. Entre outras ações posso destacar o programa Juro Zero e o programa Salto. 

Qual o panorama de Blumenau no que tange o incentivo à inovação e o que, na sua visão, ainda precisa ser desenvolvido na cidade?

Blumenau se destaca na formação e qualificação de jovens na área de tecnologia da informação. A SEDEC apoia o Programa Entra21 desde a primeira edição, este que é o mais exitoso programa de formação em TIC que temos conhecimento. Este ano criamos o programa +Devs2Blu (Mais Desenvolvedores para Blumenau) com o objetivo de ampliar a qualificação de jovens e adultos. Planejamos outras ações para despertar adolescentes para este setor tão importante para a nossa economia.  Apoiamos,  por meio do Conselho Municipal de Inovação e de outros conselhos e instituições, ações voltadas ao ecossistema de inovação e empreendedorismo da cidade.  Trabalhamos no sentido de manter e ampliar a união e a sinergia entre os principais atores do ecossistema regional.  Concomitantemente, este ano reabrimos o Centro de Ensino Profissionalizante da SEDEC em parceria com o Projeto Ponto da Moda para oferecer cursos de Moda e Design com o objetivo de incentivar a economia criativa no setor têxtil. Desde 2010 existe a previsão de incentivos municipais para investimento em inovação. O nosso papel também é de animar este processo, fazer com que todos os setores econômicos percebam que podem questionar os processos estabelecidos e fazer diferente.  Outra questão fundamental é reter e atrair talentos para a cidade e região, é uma questão que deve ser tratada coletivamente por todos os setores econômicos.

De que forma a gestão busca inserir a inovação dentro do setor público? Quais iniciativas se destacam?

No setor público temos diversas ações conectadas à inovação, como o Blumenau sem Papel, com a digitalização e automação de todos os processos voltados ao cidadão. Também foi criado internamente o Grupo de Trabalho de Cidades Inteligentes. Blumenau é considerada a 16ª cidade mais inteligente do Brasil, segundo o ranking da Urban Systems. A Praça do Empreendedor abre empresas em poucos minutos. A Central de Controle Operacional (CCO) foi entregue recentemente. O objetivo é aumentar a segurança dos usuários nas vias públicas e qualificar a mobilidade urbana com utilização da totalidade das funcionalidades da CCO. 

A mudança de endereço para o Centro de Inovação Blumenau é uma maneira de se aproximar deste ecossistema? Que ações de melhoria deste ecossistema o empreendedor pode esperar para os próximos anos?

A presença da SEDEC no Centro de Inovação Blumenau aproxima ações da tríplice hélice, como o poder público municipal, instituições de ensino e empresas. Estamos e estaremos acompanhando de perto toda a dinâmica do ecossistema de inovação e empreendedorismo da cidade e região. Continuaremos no apoio ao CIB, Blusoft, Furb, além dos demais atores locais.

Qual o panorama de startups na cidade? Quais setores se destacam?

O mapeamento da Abstartups identificou 46 startups na maior cidade do Vale Europeu, das quais 34% estão na fase de tração e 16% já são scale-ups. Ainda que mais da metade destas (53,7%) tenha times pequenos (de 1 a 5 pessoas), há um pequeno universo (5%) de empresas que superam a marca de 100 colaboradores. Mais da metade operam no sistema de Software como Serviço (SaaS). Em termos de investimento, 16% destas já receberam algum aporte de anjos ou seed, enquanto 8% chegaram à rodadas de venture capital. As startups de Blumenau atuam em diversos segmentos: 14,8% na área financeira e 11,1% na categoria de gestão.

Blumenau possui algum incentivo fiscal desenvolvido para startups?

Contamos com a lei de incentivos econômicos e fiscais que atende todo o ambiente de negócios da cidade.  Ainda sobre a política fiscal do município, Blumenau pratica a alíquota mínima de 2% de ISS para os serviços de tecnologia.

Como Blumenau se destaca no cenário nacional? Quais dados temos sobre o ecossistema da cidade?

De acordo com levantamento recente do Blusoft, neste ano ainda são necessários 2.022 profissionais de tecnologia para suprir as demandas do mercado em crescente evolução. No próximo ano, a estimativa é de que esse aporte de profissionais suba para 2.770 e 3.437 vagasem 2023. A estimativa é de que até 2023 sejam abertas mais de 8 mil vagas na cidade para atender a demanda do mercado. Em Blumenau, mais de 1.800 empresas do setor estão em atuação e um total de 2.400 na região da Associação de Municípios do Vale Europeu (AMVE). Em Blumenau estimativas apontam que o setor de software emprega aproximadamente 12 mil pessoas. O crescimento médio do setor é da ordem de 25% ao ano.

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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