Por Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta Máquinas.
A inconstância econômica global não deixa de ser um fator de preocupação para o empresário brasileiro, incluindo o do setor têxtil. No próximo ano, a perspectiva ainda é de incertezas, visto que enfrentaremos um ano de busca pela retomada em meio a uma crise sanitária ainda não controlada totalmente e um cenário político nacional volátil. No entanto, para o mercado brasileiro têxtil, um dos mais significativos para o PIB do país, o momento deve ser de preparo para o fortalecimento internacional.
Impulsionar resultados positivos vai além de aproveitar a recuperação gradativa do mercado. Neste momento, quando muitas empresas do setor têxtil voltam a crescer e se beneficiam, inclusive, das exportações impulsionadas pela alta do dólar, é fundamental que o empresariado têxtil foque seus investimentos em inovação para levar a nossa indústria à competitividade junto aos gigantes mundiais.
Inovações que garantam mais produtividade e qualidade serão cada vez mais importantes para o crescimento do segmento, que segundo a Abit já representa uma receita anual de R$ 204,1 bilhões. Neste contexto, é fundamental voltar o olhar para soluções relacionadas à Indústria 4.0, que proporcionem o ganho no aproveitamento de insumos e na redução de custos com infraestrutura e abastecimento dos parques fabris.
A agilidade será, acima de tudo, uma característica fundamental para que os negócios sejam referência e conquistem mais espaço no segmento industrial da moda. Outro fator apontado entre as macrotendências para o próximo ano é o olhar mais crítico do consumidor frente às iniciativas sustentáveis, o que exigirá dos negócios maior controle de seus parques fabris no sentido de reduzir o desperdício sem afetar a qualidade produtiva.
A inovação precisa ser sentida também na ponta final da cadeia, quando o consumidor se sente ouvido e tem suas necessidades atendidas. Cresce, por exemplo, o conceito de customização em massa, quando a indústria têxtil utiliza dados relacionados às preferências de consumo do seu público para otimizar a produção entregando peças com modelagens mais aderentes ou mais resistentes. Tudo isso com o apoio de soluções tecnológicas desenvolvidas de acordo com a rotina produtiva têxtil.
Para 2022 devemos ainda enfrentar um cenário volátil e de crescimento abaixo do esperado, mas com os investimentos certeiros de inovação e digitalização, o mercado brasileiro de moda poderá retomar sua competitividade e crescimento. Cabe ao empresariado voltar seu olhar para as opções de automação já consolidadas e que estejam alinhadas com o seu modo de produzir.