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Os planos da Marisol após criar o primeiro condomínio sistemista têxtil do Brasil

Foto: divulgação.

Para iniciar a série do Economia SC Drops este ano, começamos com uma entrevista do Guiliano Donini, CEO da Marisol, empresa de Jaraguá do Sul considerada uma das maiores do país no segmento de vestuário infantil, dona das marcas Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre, Marisol, Mundo Ripilica, Lov.it e Hapier. Ele fala sobre os planos da empresa para este ano, principalmente após anunciar a criação do primeiro condomínio sistemista têxtil do Brasil. Confira abaixo:

O que a indústria têxtil tem vivido de inovação e qual a importância disso em um dos setores mais tradicionais no meio industrial?

Guiliano: É tradicional na indústria têxtil a busca por inovação, mas, historicamente, o que mais se observa são inovações diretas em produtos ou em máquinas e equipamentos que geram inovações em produtos. Mas, esta é de fato uma chamada indústria tradicional, com práticas e conceitos que perpetuam ao longo dos anos, com muitas virtudes e alguns vícios. As mudanças de hábitos da sociedade têm provocado a necessidade de uma profunda reflexão e reação do segmento. Junto a tantas belas iniciativas, também vemos algumas práticas que não são bem aceitas e que refletem na reputação do setor. Pirataria, trabalho análogo ao escravo, poluição, sonegação, entre outros, são vícios que ciclicamente ganham notoriedade em determinadas regiões ou empresas, mas que acabam influenciando na opinião pública sobre toda a cadeia. Então, na busca por competitividade, existe muito espaço para a evolução, alcançando o objetivo de ser mais racional e competitivo, mas sem ferir princípios básicos, inclusive, de concorrência desleal. É uma cadeia longa e pouquíssimo integrada, gerando muitas perdas e desperdícios ao longo do seu atravessamento. Por conta dessa complexidade, é que podemos refletir sobre as oportunidades de buscarmos uma nova forma de fazer.

O que é um condomínio de sistemistas, como ele ajuda o ecossistema têxtil?

Giuliano: Nosso entendimento é um ambiente onde se aproximam fisicamente indústrias de diferentes etapas de uma cadeia, cada qual com suas competências e capacidades que, ao associarem isto, colaboram para o crescimento de todos. Não é um ambiente dependente, pois cada qual deve ter autonomia para fazer negócios no e fora do condomínio, não se limitando a menor demanda do elo, mas puxando para que o sistema acelere a otimização de todas as capacidades. Ao fazer negócio dentro do ambiente físico, eliminam-se custos existentes, mas não necessários ao produto final (não só, mas como embalagens e transportes de insumos), otimizando tempo e recursos, além de minimizar os impactos da indústria de transformação. Isso somado, torna a cadeia mais eficaz, mais rápida, mais otimizada, gerando produtos mais baratos, convergindo com o interesse de clientes, que querem cada vez mais pagar pelo que efetivamente estão comprando, mas não qualquer tipo de ineficiência de uma cadeia ineficaz.

Como surgiu a ideia de criar o condomínio?

Giuliano: Por um lado, é fruto de uma perspectiva de entender o potencial produtivo do ambiente que ocupamos, além da busca constante pela maior eficácia da indústria de transformação. Por outro lado, por conta de outras iniciativas que a Marisol também tem e outras que discute e prepara para um futuro próximo, temos um entendimento sobre a economia em plataforma de negócios, no qual a colaboração, integração e soma de competências podem gerar novos produtos e serviços que se alinham cada vez mais as novas exigências da sociedade. Quando somamos estas reflexões, nós nos perguntamos o porquê de não aplicar conceitos, que já vínhamos propondo e praticando em novas iniciativas, também no modelo tradicional da indústria. Foi, então, que começamos a estudar o modelo e a construir cenários que agora começam a ser aplicados. 

Quais são as expectativas e perspectivas da Marisol para 2022?

Giuliano: Pretendemos acelerar as iniciativas que apresentamos no último ano, aumentando a interação da cadeia industrial, refletindo em mais eficácia e competitividade aos nossos negócios, levando produtos e serviços ainda mais pertinentes, para que possamos aumentar nossa participação de mercado.

O que podemos esperar de novidades para 2022?

Giuliano: Além de acelerar o Condomínio de Sistemistas Têxteis, estamos trabalhando em um processo de integração das etapas de manufatura, bem como consolidar um processo de omnicanalidade, já iniciado.

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