A capacitação híbrida ganhou força enquanto o distanciamento social era mais do que necessário. O modelo deu tão certo que sua permanência no mercado se tornou definitiva. Essa é a análise de Luiz Alberto Ferla, CEO e fundador do DOT Digital Group, empresa de Florianópolis que atua com educação digital, principalmente para o mercado corporativo. Nesse Economia SC Drops, ele analisa o cenário da educação corporativa para este ano e conta os planos da empresa. Confira abaixo:
O que podemos esperar da educação corporativa para este ano?
Luiz Alberto: Com a pandemia, as corporações passaram a encarar a capacitação online de outra maneira, percebendo ser uma prática mais escalável, mensurável, econômica e de ótimos resultados. Com isso, o treinamento e desenvolvimento nas empresas está evoluindo e a EAD corporativa acompanhará esta evolução, oferecendo cursos de especialização para o trabalho, em vários formatos e de menor duração, que vão muito além do que as universidades oferecem. Esses cursos são focados nas necessidades desse novo mercado em transformação. Entre as tendências em tecnologias temos o microlearning, um método de fornecer aos alunos um conteúdo pequeno, direcionado e conciso que facilita a rápida absorção e retenção do conhecimento transmitido, necessário para o momento. Ele ataca diretamente um grande problema dos dias atuais: a dificuldade de concentração em meio aos múltiplos apelos que disputam a atenção das pessoas.
Como o mercado se fortaleceu na pandemia e qual a tendência pós-pandemia?
Luiz Alberto: A pandemia acentuou a percepção da importância da capacitação online pelos executivos brasileiros. Investir em educação corporativa digital se mostrou importante para elevar as habilidades, técnicas e competências da equipe, obter níveis mais altos de engajamento do colaborador, aumentar a retenção de profissionais e, claro, melhorar a produtividade. O investimento em capacitação a distância se fez necessário, principalmente porque a pandemia passou a exigir maior desenvolvimento de habilidades comportamentais e técnicas em equipes remotas. Com a chegada da pandemia e com a necessidade de nos mantermos produtivos, veio a exigência de uma nova organização das rotinas, respostas mais rápidas às mudanças, adaptabilidade em um cenário incerto, comunicação 100% a distância, tolerância com os imprevistos, saber trabalhar de forma autônoma e estabelecer relações de confiança, entre outros tantos desafios. Para o desenvolvimento destes comportamentos são necessárias habilidades como organização, flexibilidade, foco, empatia, priorização, inteligência emocional e, sem dúvida, a criatividade para lidar com as surpresas de cada dia com um olhar otimista, gerando novas ideias e soluções em um cenário complexo e em constante mudança. A tendência é que as empresas que ainda não despertaram para essa nova realidade passem a investir em soluções digitais de desenvolvimento contínuo, entendendo que o cenário da capacitação corporativa mudou para sempre. O digital chegou para valer, e não tem mais retorno ao mundo que existia antes da pandemia.
Como a educação corporativa ajuda a manter equipes integradas?
Luiz Alberto: Num contexto em que as empresas migraram para a modalidade home office e em que muitas delas pretendem continuar total ou parcialmente, é preciso envolver interativamente os colaboradores de diversas formas, podendo ser síncronas e assíncronas. Alguns exemplos são: premiações e certificados de conquistas conforme o avanço nos cursos, vídeos interativos, games educacionais e outros formatos que saem do comum. Engajar colaboradores é mantê-los envolvidos, motivados e comprometidos com seu trabalho e iniciativas da empresa. E isso somente será possível com estratégias e modelos de capacitação que levam a experiências de aprendizagem boas e inovadoras. Os colaboradores querem jornadas de aprendizagem que façam sentido e se mostrem realmente importantes para o seu crescimento profissional. O digital cumpre esse papel, aproximando as pessoas, mesmo distantes geograficamente.
Quais os outros benefícios desse setor para empresas?
Luiz Alberto: A educação corporativa digital é mais ágil, eficaz, econômica e com um engajamento muito maior. Outro ponto importante, que vale destacar, é a sua capilaridade, sendo a solução ideal para empresas que têm suas equipes descentralizadas, atuando em várias sedes, cidades, estados ou países. Ela garante a capacitação homogênea e contínua, possibilitando ao colaborador aprender onde e quando ele desejar.
Como vocês atuam? Qual a metodologia?
Luiz Alberto: O DOT Digital Group possui uma metodologia única, chamada de Circuito DOT de educação corporativa digital, que é baseada em quatro eixos que geram experiências vencedoras: desenvolvimento e implementação, educomunicação, operação e avaliação. Nesse sentido, atuamos de ponta a ponta, sempre com um olhar sistêmico. Nossa metodologia estabelece uma linha conectora que forma um verdadeiro circuito, pensado do começo ao fim como eixos que proporcionam o movimento da aprendizagem, da tecnologia, do comportamento, da comunicação e da usabilidade. Em 25 anos de atuação, já realizamos mais de 10 milhões de certificações online, tendo atendido a mais de 200 grandes empresas. Somos focados em nossa missão: desenvolver pessoas para impulsionar organizações.
Quanto esperam crescer este ano?
Luiz Alberto: O DOT Digital Group, ao longo dos últimos anos, vem apresentando um crescimento extremamente representativo, dobrando de tamanho durante a pandemia. Essa performance se dá em decorrência de um planejamento de médio e longo prazos, baseado no acompanhamento das necessidades do mercado e na iniciativa de pesquisar e desenvolver soluções inovadoras. Somente entre 2020 e 2021, contratamos mais de 200 profissionais, todos em regime home office, localizados em várias cidades do Brasil e mesmo no exterior. Essa opção pelo anywhere-office possibilitou trazer para a equipe os perfis ideais para cada função específica e, hoje, somos mais de 350 profissionais multidisciplinares. Estamos rompendo a barreira de R$ 100 milhões de faturamento e prevemos um crescimento de mais de 100% para 2022.