As vendas nos supermercados de Santa Catarina caíram 0,40% em janeiro, se comparado ao mesmo mês do ano passado, e 15,13% em relação a dezembro.
Os índices foram apurados na pesquisa mensal do Termômetro de Vendas, da Associação Catarinense de Supermercados (Acats). Participaram desta amostragem empresas de todos os portes e regiões catarinenses.
Para o presidente da entidade, Francisco Crestani, a movimentação do setor reflete o momento conjuntural desfavorável, onde o principal fator de retração é a perda do poder aquisitivo da população:
“São vários fatores que interferem nas decisões de consumo, e neste momento, eles influenciam muito mais nas decisões do não consumo. Quando o bolso aperta, a cesta de compras vai focando no essencial, não exatamente em todos os itens desejados, e isso vai produzindo estes resultados que ficam abaixo do que se gostaria”.
Para este ano, o dirigente entende que o setor ainda terá grandes desafios para conquistar o almejado crescimento das vendas diante do que se apresenta em termos de conjuntura econômica e política:
“Precisamos de uma reversão da taxa de inflação, de um forte ciclo de geração de empregos e a redução do endividamento das famílias, o que retira o poder de consumo já que boa parte dos ganhos será drenado para pagamento de dívidas. De outro lado, haverá ainda muita pressão pelas principais commodities que influenciam preços de produtos essenciais, as quais estão afetadas por sazonalidades”.
PÁSCOA
Para a campanha da Páscoa, que é uma data comemorativa forte no calendário do varejo supermercadista, o levantamento sobre como as empresas se prepararam indica uma postura mais cautelosa em relação a outros anos.
Para 47,5% dos empresários ouvidos na pesquisa, o volume de compras de produtos típicos de Páscoa foi praticamente o mesmo do ano passado.
Já um contingente de 43% indicou que a quantidade de produtos de Páscoa adquiridos este ano foi superior ao ano passado, com alta de 7,5% em volume, na média.
Para 9,5% dos empresários, o volume de compras foi inferior em relação ao último ano, com queda 4,5%, na média.