As empresas brasileiras tem enfrentado um cenário extremamente instável nos últimos anos. Muitas companhias foram destruídas ou prejudicadas pelas adversidades, enquanto outras aproveitaram as oportunidades surgidas, principalmente durante a pandemia.
Crises geram oportunidades, mas nem sempre as oportunidades geradas compensam a destruição proporcionada.
Para um crescimento sustentável da economia como um todo, é preciso ter um mínimo de estabilidade, para que haja capacidade de pensar e planejar no longo prazo. Para isso acontecer, é preciso que haja planejamento na esfera federal, municipal e estadual.
O Brasil, apesar de discretas e inconstantes melhorias nas últimas décadas, ainda permanece como um dos ambientes de negócios mais hostis do mundo.
Quem se elege prometendo melhorias desse cenário acaba oferecendo apenas medidas paliativas e acomodações de interesses.
O país, o estado e as cidades estão precisando de um choque de planejamento, com definição e estruturação de ações de longo prazo, com abordagem de estado, e não suscetíveis às mudanças pontuais de governos.
Mas, infelizmente, continua existindo o terrível cacoete brasileiro de destruir o que foi feito pelos governos anteriores. Não há continuidade, não há estabilidade, não há visão de longo prazo.
E, enquanto isso, vamos colecionando décadas perdidas. E o Brasil, no mercado global é percebido como um fornecedor de matérias primas e produtos agrícolas. Com algumas notáveis exceções, sim, mas que não conseguem mudar essa percepção.
Um exemplo: a atuação de 3 mil empresas alemãs representam 11% do PIB brasileiro. Qual a participação de empresas brasileiras no PIB de outros países?
Mais uma vez, vemos alguns governos ensaiando mais medidas de planejamento de longo prazo. Se serão efetivas ou meros vôos de galinha, só o tempo dirá.
Mas, o princípio permanece. O crescimento de longo prazo da economia é beneficiado por visão, planejamento e ações de longo prazo, para dar estabilidade e criar uma ambiente de negócios favorável.
Apesar de tudo isso, os empreendedores perseveram, e continuam acreditando nos seus negócios, nas suas empresas, nas suas marcas. E vamos crescendo, em um ritmo que poderia ser muito maior se o ambiente fosse melhor.
Enquanto vivemos em uma economia globalizada e os concorrentes globais estão cada vez mais preparados para sair na frente e aproveitar melhor as crises. O Brasil continua andando de lado e patinando.
Apesar de discretos e moderados avanços, incensados pela torcida a favor, o Brasil ainda está muito para trás. Até quando?