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30% dos fundadores de startups são empreendedores de segunda viagem no Brasil

Foto: Flamingo Images/AdobeStock

Apesar de o ecossistema de inovação ser recente no Brasil, já existem empreendedores de segunda viagem apostando em novos negócios com base tecnológica, segundo a pesquisa Panorama Founders Report, realizada pela plataforma de inovação Distrito em parceria com o fundo MAYA Capital.

O panorama contou com a resposta de 223 empreendedores entre o período de maio e junho do ano passado e revelou qeue cerca de 30% já haviam participado da criação de outra startup anteriormente.

Além disso, 66,8% dos empreendedores do setor declararam que já estavam inseridos no ecossistema de startups.

Quanto à idade, o levantamento mostra que 80% dos fundadores de startups brasileiras têm entre 25 e 44 anos. Fundadores com menos de 25 e mais de 50 anos são mais raros, com 5,5% e 8,6% respectivamente.

Ao mesmo tempo, cerca de 95% dos empreendedores do setor têm hoje um alto nível de escolaridade, com pós-graduação, ou seja, são quase nulos os empreendedores com menor escolaridade que conseguem conquistar um espaço no mercado.

Para Gustavo Gierun, CEO do Distrito, a pesquisa sinaliza o amadurecimento do mercado de inovação do Brasil:

“Ter empreendedores de segunda viagem é um ótimo sinal para o ecossistema. Significa que temos um ciclo virtuoso que impulsiona novos negócios”, afirma. Ele também destaca o nível de escolaridade dos fundadores, que contribui para os resultados positivos do setor. “Esses dados reforçam a importância de investir em educação e nas políticas de acesso às universidades pelas classes populares e demais grupos historicamente excluídos. Com isso, o mercado de inovação será mais acessível”.

INVESTIMENTO

O estudo traz ainda as percepções dos fundadores de startups sobre o cenário de investimentos. Mais da metade dos empreendedores consultados prioriza o bom relacionamento com o investidor e um alinhamento em termos de cultura.

Sobre o processo de captação, 38,5% dos fundadores conseguiram capital por meio de um contato proativo, buscando ativamente o fundo que viria a ser investidor. O caminho inverso, com o fundo fazendo o contato diretamente com o empreendedor, é a segunda forma mais comum, com 28,6% das respostas. Independentemente do processo, cerca de 57% dos empreendedores declararam não ter encontrado dificuldades para levantar investimento privado.

“A América Latina, principalmente o Brasil, evoluiu muito em relação à cadeia de investimentos, com diversos fundos locais e internacionais atuando na cadeia completa, do early stage ao late stage. Hoje, os empreendedores já têm a opção de escolher o investidor parceiro”, destaca Lara Lemann, cofundadora da MAYA Capital.

CULTURA

A aceitação do trabalho remoto também foi abordada na pesquisa. Mesmo com as possíveis dificuldades de comunicação entre os funcionários, 52,2% dos entrevistados disseram que funcionam com trabalho completamente remoto. Para 44,5% dos empreendedores, o trabalho no home office é tão produtivo quanto o trabalho presencial.

Ainda em cultura, a diversidade foi um ponto de atenção no estudo. Apesar de o ecossistema de startups ser considerado menos tradicional, o setor ainda tem poucos esforços direcionados à inclusão de minorias.

O levantamento mostra que 45% das startups possuem programas informais de diversidade e inclusão, 13% possuem políticas formais e 18% estão em vias de implementação. Além disso, 24% dos fundadores entrevistados não planejam, ao menos nesse momento, implementar políticas de diversidade e inclusão.

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