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O que aprendi com o modelo de trabalho anywhere office

Foto: divulgação.

Por Richard Oliveira, CEO da Unimed Floripa.

As organizações vivem o antes e o pós-pandemia, ainda que seja realidade e se encontra na fase mais branda desde a sua existência.

Fato é que a pandemia acelerou processos e exigiu das empresas e das pessoas novas frentes de atuação e possibilidades, colocando em prática o exercício da resiliência para se adaptar a tantas mudanças em curto espaço de tempo. 

Na área da saúde, por exemplo, a pandemia determinou adequações nos protocolos de segurança ao paciente, conhecimento das equipes em tempo recorde, forças que muitos não sabiam mais de onde tirar.

Áreas administrativas também se viram em plena transformação e uma delas, se não a maior, foi sair do escritório para trabalhar de casa, no famoso home office. 

A respeito dessa realidade, adotar o modelo “trabalho de casa” não significa sair de um lugar e entrar em outro com mochila, notebook e uma agenda (para aqueles que a usam) debaixo dos braços. Há muito por trás dessa decisão e os gestores precisam conhecer os riscos, as consequências e as oportunidades por trás da medida.

Home office não é fechar uma porta e abrir uma janela. É dar subsídios para que os profissionais possam exercer suas tarefas com qualidade, mesmo quando as condições do colaborador não estão favoráveis para isso.

Nesse contexto, entram em cena equipes preparadas para observar a rotina dos profissionais em home office e programas que meçam a satisfação pelo modelo de trabalho.

Há quem tenha facilidade para se adaptar a diferentes contextos, e há aqueles que mesmo em ambientes favoráveis para mudanças, ainda preferem o convencional.

Quando adotamos o home office de forma definitiva para mais de 400 colaboradores e o modelo anywhere, ou seja, trabalhe de qualquer lugar, fui questionado se valeria a pena ou não voltar para o presencial.

Por trás de toda mudança não há certo ou errado até que se teste o formato, e para nós colocar os colaboradores na segurança de suas casas, amparados por equipes de saúde, de gestão de pessoas e de TI (entre tantas outras) era o que fazia sentido naquele momento.

É claro que nem todos sentiram-se confortáveis com a ideia de trabalhar e passar o dia em casa, por isso a participação deles em programas de acolhimento com suporte para a saúde física e mental foi essencial.

Quanto à estrutura física, que antes era usada pelos colaboradores, reaproveitamos para novas soluções, dentre elas um coworking para receber profissionais e estreitar conexões. 

Adotar o modelo de trabalho anywhere office me faz lembrar de uma frase que o escritor argentino Jorge Luis Borges costumava dizer: “Tenho medo do homem de uma só ideia”.

Contagiado por esse espírito da transformação, o qual entendo o significado por trás da frase, percebi que o home office não deflagrou perda de produtividade e fez ampliar a relação de confiança e o sentimento de pertencimento pelos colaboradores, especialmente por aqueles que relatam melhora na qualidade de vida a partir de uma mudança nos hábitos de saúde.

Nosso foco foi atentar para a hiperconectividade constante e retirar o melhor disso. Por exemplo, o tempo que colaboradores gastavam no trânsito, hoje é aproveitado com algum esporte ou lazer.

O modelo anywhere office também permitiu aos profissionais retornarem às suas cidades de origem, e para perto da família, sem deixar de cumprir a jornada de trabalho.

O modelo também permitiu aos pais curtirem os primeiros dias de vida do filho e acompanharem a jornada da vida quase que 24 horas.

Esses são alguns exemplos que foram apresentados com as pesquisas de satisfação que elaboramos internamente.  

É claro que por trás de toda mudança haverá resistência, mas pela velocidade com que as informações chegam, com que os cenários mudam e as conexões acontecem, penso que o caminho é mergulhar em ideias novas do que ser petrificado pela ausência da transformação. 

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