Presidente da G2 Capital, eleita uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea, participou do Shark Tank Brasil por seis temporadas, é membro do conselho de administração do PicPay e Tem Saúde, e do conselho de Marketing e Growth da NuvemShop. Além disso, tornou-se sócia do Rio Innovation Week e da Play 9, e lançou com Geraldo Neto e com Flávio Pripas, a Staged Ventures, para internacionalizar empresas brasileiras. Também fundou o Ela Vence, plataforma de empoderamento de empreendedorismo feminino que já impactou mais de 500 mil mulheres.
Advogada com pós-graduação em Marketing e especializações em growth, tecnologia e startups, Camila Farani, é mais uma entrevistada da série especial de um dos maiores eventos de inovação, tecnologia e empreendedorismo do Brasil, o Startup Summit, que acontece nos dias 4 e 5 de agosto, em Florianópolis.
Confira a entrevista exclusiva abaixo:
Para você, qual a importância do Startup Summit?
Camila: Temos algumas ilhas de excelência em inovação hoje no Brasil, e Santa Catarina é uma delas. O ecossistema de inovação e empreendedorismo local se tornou referência no Brasil. Florianópolis, além de ser um polo de turismo internacional, hoje atrai também pessoas e empresas de todos os cantos do país e do mundo por conta desse ecossistema robusto que foi construído a partir do trabalho colaborativo entre empresas, sociedade, universidades e governo. Entendo que o Startup Summit faz parte desse contexto e oportuniza vivenciarmos a energia de um ambiente de inovação, tangibilizando para a sociedade como um todo a potência desses movimentos e o impacto que eles têm para economia e o desenvolvimento das cidades.
O que podemos esperar da sua palestra no evento?
Camila: Adoro estar entre empreendedores, entre pessoas que acreditam na transformação social e econômica a partir da educação, da tecnologia, da inovação. Quero compartilhar com o público do evento algumas experiências, destacar as oportunidades que existem no Brasil, mostrar que, mesmo em um cenário econômico e político cheio de incertezas, há caminhos alternativos que permitem nosso crescimento. Hoje, se você fizer uma busca rápida, encontrará centenas de formações gratuitas. Da mesma forma, se quiser criar uma loja online você pode fazer isso, e muito rápido. A pandemia mostrou que precisamos adaptar nossa forma de pensar e agir para sobrevivermos. Os recursos e a tecnologia estão aí.
Empreendedora há 20 anos e uma das maiores investidoras anjo do Brasil. Hoje, qual seu principal propósito no mundo dos investimentos e o que move a Camila a continuar nesse meio?
Camila: Como disse, acredito no estímulo ao empreendedorismo e no aporte de capital e de conhecimento como o caminho para transformar a vida das pessoas e dos negócios. É isso que venho tentando fazer atuando como educadora, investidora e empreendedora. Tenho como missão pessoal ajudar a formar a nova geração de empreendedores do Brasil. Quanto mais ideias criativas que endereçam dores reais da sociedade saírem do papel e escalarem, mais conseguiremos responder aos desafios do século 21. E o empreendedorismo é fundamental para isso. Empreendedores movimentam a economia, geram riqueza para o Brasil e empregos. Eles lideram a criação de produtos que ajudam a modernizar setores tradicionais e decisivos para o desenvolvimento e competitividade do Brasil, como varejo, saúde, indústria, saúde e finanças. Sem falar que o empreendedorismo fornece um estímulo eficaz que pode ser ativado em momentos, por exemplo, de crise, de necessidade de retomada da economia.
O empreendedorismo jovem é cada vez mais uma realidade e as redes de apoio têm sido cada vez mais fundamentais para que essas pessoas possam ter mais sucesso na jornada. Você, que começou cedo também, teria alguma lição para a Camila de 16 anos se pudesse voltar no tempo e mesmo para quem está começando?
Camila: Os aprendizados vêm com o tempo, com erros, especialmente, e também com os acertos. Eles fazem parte da jornada, e nos tornam quem somos hoje. O importante é estarmos sempre buscando conhecimento e criarmos essa rede de apoio, ou seja, estarmos perto de pessoas com as quais podemos trocar e aprender. Manter a mente aberta, o olhar atento, a vontade de crescer e evoluir, mesmo diante das dificuldades. Eu tenho esse hábito constante de conversar com algumas pessoas que considero meus mentores e mentoras. Isso é muito enriquecedor.
Em seu livro Desistir não é uma opção, você diz que “o mais bacana do Brasil são os atuais e futuros empreendedores e empreendedoras que estão dispostos a transformar a nossa realidade por meio do conhecimento que adquiriram em suas experiências”. Hoje com as redes sociais, blogs, sites e até mesmo o espaço em veículos de comunicação, qual sua opinião sobre muitas vezes a fala pode ser glamourosa demais e quais suas dicas para quem quer empreender sem cair nesse discurso e poder, de fato, criar um negócio de valor e da “vida real”?
Camila: Redes sociais, programas de TV, blogs, influenciadores podem ser boas fontes de conhecimento para quem quer empreender. Você só precisa fazer uma curadoria correta de quem serão essas pessoas que irão te inspirar. Existe muito conteúdo de qualidade na rede, muitas dicas relevantes. Mas precisamos aprender a filtrar as fontes que nos abastecem. Temos que ter senso crítico, discernimento e também saber interpretar texto para usufruir o que tem por aí. Uma dica é ouvir pessoas que já construíram algo, que já falharam, que já acertaram, que empreenderam de verdade. Acredito que as experiências reais são mais ricas porque foram testadas. Também existem muitos livros sérios e que são quase leituras obrigatórias para quem quer empreender, como Inteligência Positiva (Shirzard Chamine), Gestão de Alta Performance (Andrew S. Grove), Prospecção Fanática (Jeb Blount), A Estratégia da Inovação Radical (Pedro Waengertner) e Desistir Não é Opção (meu).
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