Embora especialistas apontem a possível chegada do inverno das startups, com a escassez de recursos e investimentos, um mapeamento coletivo coordenado pela plataforma Jupter aponta outra realidade: existem aproximadamente R$ 18 bilhões de capital disponível para investimento em startups no Brasil. A Rota de Investimentos em Startups 2022 foi feita em parceria com a comunidade Anjos & VCs.
O alerta do mercado é de que as startups podem não sobreviver nos próximos meses ou ter o valuation reduzido. Entretanto, o levantamento mostra que o país conta com um ecossistema de investidores muito bem capitalizado, principalmente, para estágios iniciais de investimentos, como jamais visto antes.
De acordo com Bruno Dequech Ceschin, co-fundador da JUPTER & Anjos&VCs, o mercado está disposto a tomar riscos:
“Embora exista uma certa turbulência para empresas em estágios mais maduros, nos parece que não é o mesmo cenário para as que estão em estágio inicial. Certamente, ajustes de preço, termos e condições, acontecem de tempos em tempos, e parece que voltamos a operar em outros patamares”.
Para ele, o cenário é positivo: além de um aumento no capital disponível, o número de investidores também cresceu. A maior concentração de investidores está concentrada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná:
“As entidades sediadas em São Paulo dominam quase absolutas os investimentos em startups, com 87% dos ativos sob gestão e 64% do dry powder”.
Ele destaca também a relevância da região Sul do país, que ocupa a segunda posição, principalmente, em estágios iniciais de investimento.
CENÁRIO DE INVESTIDORES
O número de investidores cresceu desde 2020: são 24 aceleradoras contra 15 do estudo passado. O grupo de anjos, por sua vez, mais do que dobrou de tamanho: de 16 para 33.
O capital comprometido e ainda não alocado, chamado de dry powder subiu de R$ 5 bilhões para R$ 18 bilhões. O capital de risco também apresentou mudanças, de R$ 18 milhões para R$ 71 milhões em aceleração e de R$ 13 milhões para R$ 121 milhões com anjos.
Em pré-seed, o capital de risco passou de R$ 98 milhões para R$ 771 milhões, de R$ 3 bilhões para 5,5 bilhões em seed e R$ 2 bilhões para R$ 9,5 bilhões em series A.
CENÁRIO DO MERCADO
A pesquisa aponta também que é unânime que investidores estão em busca de novas startups para investir. Mais da metade já investem e estão gerindo seus portfólios (59%) e um terço (56%) destes estão estruturando novos fundos de investimento.
A preferência dos investidores é investir em startups em estágio inicial (47%). Além disso, 33,9% se concentra no estágio seed, onde as empresas recebem fundos para trabalho inicial de pesquisa, desenvolvimento e validação de mercado.
O executivo destaca que investimento existe e que há múltiplas formas para as captações de recursos vindos de diversos players:
“Não existe um único roteiro ou via a ser percorrida para quem busca investir ou investidor. Essa é a intenção da Jupter e da Anjos & VCs com o estudo: mostrar onde estão os recursos e conectar as duas pontas, fortalecendo ainda mais o ecossistema empreendedor do país”.
A pesquisa completa pode ser conferida pelo link clicando aqui.