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O poder da liderança humanizada para a captação e fidelização de talentos

Foto: divulgação.

Por Willander Reis, sócio e gestor comercial da Towty Soluções

Eu não nasci em berço de ouro. Na verdade, sou “cria” do Capão Redondo, um bairro da zona sul de São Paulo. Então, eu sempre precisei me dedicar muito para conseguir meus objetivos.

Um dos primeiros foi meu primeiro emprego, uma oportunidade em uma grande empresa e aquilo tinha um peso muito grande para mim. Se eu passasse naquela entrevista, eu teria o melhor salário da minha casa. Para mim e minha família, aquela oportunidade poderia fazer toda a diferença.

Eu fui para a entrevista confiante. Achei que seria um dos poucos concorrentes na sala que sabia falar inglês (porque, no meu círculo de amigos, eu era o único que falava o idioma), o que, naquela época, já era um diferencial considerável.

Porém, para a minha (nada agradável) surpresa, eu era o concorrente que só falava inglês. Os demais sabiam essa e outras línguas. Então, o que eu acreditei ser meu diferencial, pareceu insuficiente. Eu não morei em outros países como os outros candidatos. Eu não estudava em uma universidade renomada. Ainda assim, fiz o meu melhor, pois imaginava que poderia ser uma oportunidade única em minha vida. Mas a vaga foi para outra pessoa.

Essa foi uma das minhas primeiras lições da minha carreira profissional (mesmo não tendo uma naquele momento): eu gostaria de oferecer oportunidades como as que eu perdi naquela ocasião. Oferecer algo que transformasse a vida de pessoas, especialmente as de periferia, e que não fosse o diploma de uma “mega universidade” a maior qualificação que pudesse avaliar, mas sim a vontade de fazer acontecer.

Sem muitos detalhes do que aconteceu nos 15 anos seguintes (a história seria longa demais para um artigo), mas eu consegui trabalhar em grandes empresas e, posteriormente, junto com mais dois sócios, abrir a minha própria. No Capão Redondo.

Dessa forma, eu passei a oferecer oportunidades para o Will de anos atrás. Aquele da primeira entrevista de emprego em uma grande empresa. Aquele que precisava muito daquilo. Eu trilhei meu caminho para, hoje, poder retribuir ao meu berço “não-de-ouro” essas possibilidades, porque os talentos estão aqui (e são muitos), só não recebem a mesma visibilidade ou dependem de muitos fatores para conseguir uma oportunidade de trabalho em boas empresas..

Em janeiro, a Guilu, minha empresa em São Paulo, anunciou fusão com a Towty Soluções, de Blumenau. Empresa que conheci no Centro de Inovação de Blumenau e, imediatamente, vimos ali, Thiago (CEO da Towty) e eu, uma boa oportunidade.

E o que isso tem a ver com liderança humanizada, captação e fidelização de talentos?

Lembrar de onde viemos, firmar nosso propósito enquanto fornecedores de emprego e se aliar com quem traz a mesma essência na cultura é um combo que ajuda a nortear os passos da empresa, formando um filtro para quais talentos captar e como mantê-los.

Entender que a realidade desses jovens talentos é semelhante ao que você, líder, passou há alguns anos mostra apenas que sua gestão tem empatia, um diferencial em falta nas lideranças atuais.

Prova disso foi um exemplo real de pouco tempo atrás, onde um dos nossos colaboradores recusou uma vaga em uma empresa de grande porte, com salário maior, mas ele não teria lá o que tem conosco: a cultura humanizada.

Eu sei o que é vir de uma região que passa praticamente despercebida pelos grandes players do mercado. Por isso, trazer esses talentos para quem é “da casa” torna-se uma oportunidade vinculada à gratidão, valorização e reconhecimento. Uma santíssima trindade para gestores que querem manter seus colaboradores em um ambiente harmônico e receptivo para todos, além de reter com alto índice de fidelidade os talentos.

A nossa “fórmula” deu certo. Comprovamos a efetividade de uma liderança humanizada pelo crescimento e expansão do nosso modelo de contratação e formação de talentos. Hoje, além de São Paulo e Santa Catarina, levamos nossa visão para Tocantins, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e isto é só o começo.

Uma liderança humana que promove transformação é mais do que uma boa liderança. É um bom exemplo.

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