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Plano de Sucessão, um processo estratégico para as empresas

Léia Wessling à esquerda e Regina Weber à direita - Autoras do livro sobre Sucessão. Crédito: Rayanne Pinheiro.

Por Léia Wessling e Regina Weber, são psicólogas, consultoras da Light Source e autoras do livro Sucessão: do Oráculo de Delfos à Mesa Corporativa.

A busca por resultados sustentáveis, negócios bem estruturados e a perpetuidade das empresas têm trazido um olhar diferente sobre a gestão. A administração dos negócios ganhou um novo viés. Além de um olhar focado no futuro dos negócios, os dirigentes atuam também atentos ao movimento e futuro das pessoas.

Porque não há como pensar no futuro sem pensar nas pessoas dentro da organização, no espaço que elas ocupam hoje e onde precisam estar amanhã. E não há como pensar no futuro das pessoas nas organizações sem um plano de sucessão.

Há algum tempo a área de Gestão de Pessoas vem atuando na construção dos planos de carreira, que orientam sobre o desenvolvimento profissional e pessoal dentro da empresa. Mas um plano de sucessão vai além: ele apresenta de forma clara os cargos estratégicos que compõem a hierarquia da empresa, as posições críticas e as possíveis movimentações em curto, médio e longo prazo com base nas necessidades da organização e no potencial de cada profissional. Ou seja, pensa no futuro do profissional em relação ao futuro que se deseja para a organização.

Parece comum que, ao se falar em plano de sucessão, haja uma tendência a pensar que se trata de um processo necessário apenas nas empresas familiares – companhias privadas cujo controle pertence a membros da mesma família – ou empresas de grande porte. Na verdade, esse é um processo importante e necessário para todo tipo e tamanho de negócio. Toda organização pode e deve pensar no seu processo sucessório. Transformar-se e estar preparada para a transformação de seus profissionais é necessário e parte do sucesso.

Os benefícios de compartilhar conhecimento

Quando olhamos para o passado (recente), era comum ver a alta gestão trabalhando como em missão secreta: quase nada compartilhado na hierarquia. A estratégia não ia muito além de autoproteção. Manter-se dono das informações e conhecimentos garantiria a posição.

Paradoxalmente, muitos desses profissionais tiveram suas carreiras estagnadas. Sem a troca e, quase que escondidos, mantendo informações e estratégias em segredo, não evoluíam, não testavam conhecimento e não experienciavam novas possibilidades. Isso acabava limitando tanto a própria promoção, porque era um risco para a empresa remanejar alguém que era o único e absoluto conhecedor daquela atividade, quanto dificultava também o processo de mudança e de readequação da área e da empresa.

Hoje, os líderes já reconhecem os benefícios de compartilhar conhecimento e sabem da importância de se ter sucessores, tanto para o seu próprio crescimento, quanto para a continuidade da área na qual atuam. Uma gestão mais aberta, capaz de sensibilizar e estimular as pessoas e que atue na mentoria dos seus possíveis sucessores torna-se, portanto, um ativo estratégico.

Somente 19% das empresas brasileiras têm plano de sucessão

Um estudo de 2016 da PWC identificou que somente 19% das empresas nacionais possuíam um plano de sucessão estruturado, documentado e comunicado. Ainda que esse estudo tenha como foco as empresas familiares, vale lembrar que, segundo dados do IBGE e do Sebrae, 90% das empresas brasileiras são familiares. O que faz com que os dados dessa pesquisa representem bem a realidade quando o assunto é sucessão.

A pesquisa demonstrou também que as empresas que conseguem manter um Plano de Sucessão, além da continuidade dos negócios, passam por substituições e mudanças na gestão de forma mais tranquila, dando sequência aos projetos estratégicos em andamento. Isso mostra que um plano de sucessão bem estruturado, além de contribuir para um processo transparente na transição e movimentação de profissionais e reter talentos, traz sentido de continuidade aos negócios, reduz os riscos e assegura a sustentabilidade da empresa, representando um grande diferencial de mercado.

No livro Sucessão: do Oráculo de Delfos à Mesa Corporativa (Nave Editora), apresentamos os dilemas, conflitos e aprendizados de sucessores e sucedidos na jornada da liderança a partir de uma perspectiva administrativa e psicológica. Trata-se de uma abordagem inédita sobre o tema e recomendada para quem quer conhecer, por meio de exemplos práticos, formas de desenvolvimento da sucessão nos âmbitos da gestão, da sociedade e de famílias empresárias. O lançamento será no dia 24 de agosto na Expogestão, em Joinville.

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