O Brasil tem um abismo grande quando falamos em saúde de qualidade. Basta olharmos para os postos de atendimentos e as condições precárias de atendimento. No entanto, uma nova forma de olhar para esse setor têm surgido no país a partir do conceito de economia compartilhada.
No Economia SC Drops, o médico e líder da Becare, vertical de saúde da Bewiki, Henrique Dagostin, explica o modo de fazer saúde com compartilhamento e como essa prática facilita o acesso ao atendimento particular. Confira abaixo:
O que é economia compartilhada e como ela pode impactar a saúde no Brasil?
Henrique: A economia compartilhada é uma tendência no mercado ao redor do mundo. Alguns exemplos mais comuns dela são a Netflix, o Waze ou mesmo alguns serviços analógicos, como as antigas locadoras de DVDs. É um sistema em que as pessoas entendem não precisar ter coisas por um longo período, mas usar enquanto for necessário e de forma compartilhada. Na saúde, como é o caso da Bewiki, o serviço compartilhado é gerenciado por nós, mas conta com o apoio dos assinantes. Em contrapartida da assinatura, os clientes recebem um cartão de benefícios que dá acesso à saúde nos espaços físicos ou de teleatendimento. São serviços que vão desde prevenção, com conselhos para alimentação saudável e atividade física, até a solução de problemas com o acompanhamento do médico.
Como você avalia o cenário de saúde pública e privada no Brasil?
Henrique: Para se ter uma ideia, o serviço público é responsável pelo atendimento de 70,5% da população e apenas cerca de 29,5% dela tem acesso a Planos de Saúde, sejam eles médicos ou odontológicos. Os dados sobre acesso aos serviços públicos e privados foram mapeados ao longo de 2019, na última Pesquisa Nacional de Saúde realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Acredito que os preços expressivos dos Planos de Saúde dificultam o acesso aos atendimentos particulares, mas a economia compartilhada se apresenta como opção nesse contexto.
Quais as vantagens em estar em um sistema compartilhado de saúde?
Henrique: O atendimento nesses locais, por ser particular e pago pelos pacientes, tendem a ser agilizados e personalizados. Os preços também reduzem consideravelmente quando comparados aos Planos de Saúde tradicionais, justamente por ser um espaço compartilhado, em que médicos se colocam à disposição do atendimento e usam os espaços do empreendimento que gerencia.
E como a tecnologia entra nessa história?
Henrique: Nestes casos, a tecnologia aparece como um facilitador do gerenciamento desses serviços. Tudo pode ser acessado ao alcance das mãos, assim que o aplicativo estiver no celular. Agendamentos, pagamentos da mensalidade ou mesmo a consulta, quando a presença no Hospital não for exigida. Tanto o paciente quanto os responsáveis por ele, como no caso de planos para a família, podem acessar esses recursos. No caso da Becare, somos um dos braços da Bewiki, proptech que atua entre o digital e o físico para oferecer diversos serviços para facilitar o dia a dia. Então, além de acessar e gerenciar sua saúde através do aplicativo, o usuário terá acesso a diversos serviços que vão desde moradia até alimentação e carros por assinatura. É a tecnologia que permite essa integração.
Por que é importante ter acesso aos serviços particulares de saúde?
Henrique: A garantia do atendimento, com os recursos essenciais para a sua saúde, é um dos fatores principais. Em casos de sobrecarga do sistema público, como aconteceu ao longo da Pandemia da Covid-19, o paciente sabe onde buscar um médico, com serviço personalizado e atendimento rápido. Quando esse serviço é acessível, seja por ter gerenciamento garantido pelo celular ou por causa dos custos reduzidos graças à economia compartilhada, o paciente tende a estar ainda mais seguro.