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Como essas startups ajudam empresas a implementarem o ESG na prática

Dionei Domingos, presidente executivo do Join.Valle. Foto: divulgação.

A sigla ESG está na boca de grande parte de empreendedores, mas implementar práticas visando um impacto ambiental, social e de governança positivo ainda é um desafio para as empresas.

A inovação tem sido uma aliada em ecossistemas como o de Joinville, onde quase 15% das 143 startups ativas estão voltadas para soluções desse nicho.

É o que mostram dados do Mapeamento das Startups da cidade, feito pelo Join.Valle, movimento que fomenta o empreendedorismo inovador na região.

“Joinville é uma cidade com um grande potencial industrial, onde as empresas têm se conectado com o ecossistema de inovação em busca de novas soluções para os problemas que enfrentam. A crescente preocupação com questões ambientais e sociais também estimula o surgimento de startups que atendam essa demanda. Nosso papel aqui é promover a conexão entre esses atores e estimular o desenvolvimento de novas ideias, por meio de programas como a Jornada de Desenvolvimento, Empreendedorismo e Inovação (JEDI) e projetos em conexão entre academia e mercado”, explica Dionei Domingos, presidente executivo do Join.Valle.

Com a missão de transformar os resíduos orgânicos dentro da indústria em algo de valor, a Organa Biotech usa biotecnologia para fazer compostagem acelerada. O lixo, que iria para aterros sanitários e geraria custos com transporte, vira um composto para ser utilizado em jardins, vasos e hortas da empresa.

Mais de 20 toneladas de resíduos orgânicos passaram pelo processo, o que representa a redução de 150 toneladas de dióxido de carbono que seriam liberadas no meio ambiente. Além disso, chegou a produzir 8 toneladas de adubo e 1 mil litros de biofertilizante. Entre os clientes estão o Porto Itapoá, Ambev, Rodalog e o Ágora Tech Park.

“O que nos motivou foi a vontade de empreender com algo em que realmente acreditávamos, fazer um negócio que seja importante para as indústrias, mas também para o planeta, e ter propósito todos os dias quando fossemos vender as soluções da Organa. Assim tem sido desde novembro de 2019”, conta Guilherme Zimmermann, cofundador da empresa.

Ele e o sócio Rodrigo Gomes criaram o negócio em um Startup Weekend e depois passaram por incubação na Softville, no Programa Nascer.

Os próximos passos são contratar mais pessoas e ampliar a atuação nacional, para depois iniciar a operação em outros países.

Outra startup que contribui para minimizar o impacto ambiental das empresas é a YAK Tratores Elétricos. As máquinas da montadora não emitem dióxido de carbono e têm potencial de reduzir em cerca de 70% os custos operacionais com combustível e manutenção. Os clientes, grandes indústrias e aeroportos, estão na região sul e sudeste.

“Nossa expectativa com estudos é de que cada trator consiga reduzir aproximadamente 30 toneladas de emissão de CO2 por ano, considerando o número médio de horas de utilização no segmento industrial”, relata João Osório, fundador da YAK.

A ideia nasceu em 2016 e se concretizou em 2018, ano em que a startup recebeu um investimento-anjo de R$ 150 mil.

“Foi um acúmulo de backgrounds, o meu por ter uma família ligada à agricultura, e do meu sócio Adriano Schalinski, que trabalhou numa montadora de tratores multinacional. A gente se inspirou com o surgimento da Tesla e das novas tecnologias de tração elétrica. O ecossistema de Joinville é muito industrial, e para nós isso é muito positivo. Quase todos os serviços e produtos que utilizamos estão na região. Além disso, recebemos apoio da comunidade empresarial de forma geral, dos investidores e da rede de relacionamento”, complementa.

Depois de receber R$ 1,2 milhão de investimento em 2020, a empresa visa ampliar a atuação para conquistar relevância global.

“Existe uma perspectiva de que esse mercado seja regulamentado nos próximos anos, então empresas que já tenham uma preocupação ou tenham soluções que promovem reduções de emissão, têm uma importância muito grande”, ressalta.

Já a Semearhis foi criada para promover a inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado de trabalho. A Lei de Cotas destina 768 mil vagas a esse público, mas apenas 1% delas são ocupadas de fato, de acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Buscando mudar esse cenário, fornece uma plataforma que conecta a comunidade com as empresas para gerar “matchs organizacionais”.

A startup entre as 40 startups de impacto social selecionadas para a primeira turma deste ano do programa de aceleração InovAtiva de Impacto.

Além de fazer a conexão para gerar empregos, a empresa dá consultoria para grandes eventos que buscam promover uma experiência acessível para todos, como o 12º Festival de Cultura e Gastronomia de Gramado, realizado em 2020, e as Olimpíadas para Surdos, evento multidesportivo internacional.

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