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Programa do Impact Hub Floripa capacita empreendedores em situação de vulnerabilidade

Apesar de não ser uma prática recente, a pandemia acentuou o número de brasileiros que encontraram no empreendedorismo uma forma de driblar o desemprego ou complementar a renda familiar. Dados do IBGE mostram que, em 2020, o crescimento no número de empresas ocorreu somente naquelas em que não há nenhum empregado (são pessoas que, ao se depararem com a falta de trabalho, optaram por abrir seus próprios negócios). Nesses casos, o empreendedor acaba se deparando com novas dificuldades, já que a criação de um negócio exige conhecimento de áreas como gestão, finanças e vendas. 

Foi pensando em ajudar proprietários de pequenos negócios em situação de vulnerabilidade que o Impact Hub Floripa lançou em 2018 a Chamada de Impacto, uma iniciativa com metodologia exclusiva pautada em quatro pilares: capacitação empreendedora, trocas em grupos, conexão com o mercado e atendimento individualizado com profissionais experientes. Em 2021, o programa expandiu sua atuação para além de Florianópolis, conquistou espaço no pantanal mato-grossense e, em parceria com o Sebrae-MT, chegou a 751 empreendedores capacitados. Agora, deve encerrar 2022 com 13 turmas atendidas e planeja mais que dobrar o número de turmas abertas no ano que vem. 

“Os dois últimos anos foram muito marcantes para a Chamada. Em 2021, atendemos três turmas em três cidades diferentes na região do pantanal mato-grossense e certificamos 145 empreendedores. Em 2022, saltamos para 13 turmas em 11 cidades do Pantanal. Para 2023, nossa meta é abrir 30 turmas do programa e expandir nossa atuação para outros estados brasileiros”, compartilha a CEO e cofundadora do Impact Hub Floripa, Gabriela Werner. 

A jornada de aprendizagem do programa contempla as áreas de gestão, finanças, marketing e vendas, sendo que cada módulo conta com uma sequência de oficina expositiva, laboratório de troca e encontro virtual de mentorias. No encerramento, é realizada uma feira de negócios aberta à comunidade para que os empreendedores possam colocar em prática o conhecimento adquirido. Os participantes não precisam ter CNPJ, os encontros são presenciais e o programa possui 16 semanas de duração. 

As feiras de negócios geraram mais de R$ 18 mil em renda extra em 2021 e mais de R$ 73 mil em 2022. Nesses dois anos, foram atendidas majoritariamente cidades pequenas, como Cárceres, Itiquira e Barão de Melgaço.

“Além da transmissão de conhecimento, vemos que o nosso método é diferenciado, pois faz uma imersão na comunidade dos empreendedores. As mentorias são conduzidas por especialistas. Isso nos permite entender as dificuldades e enxergar as melhores oportunidades”, pontua Werner.

“Nosso maior valor de entrega é a comunidade”

A operação do programa Chamada de Impacto ocorre em forma de parcerias, com o Impact Hub Floripa viabilizando metodologia e operação e atuando em conjunto com associações e instituições que desejem realizar a iniciativa em cidades pelo Brasil (nas edições de 2021 e 2022, o principal parceiro foi o Sebrae MT). De acordo com a coordenadora do programa, Laura Laís, a atuação do Impact Hub Floripa oferece segurança aos parceiros, pois possibilita que associações e institutos levem a Chamada para suas cidades.

Segundo a especialista, após os três meses de trabalho, o saldo para a região é a construção de uma rede empreendedora engajada e capacitada.

“A comunidade é um aspecto muito importante no meio do empreendedorismo e é isso que fazemos quando chegamos para operar a Chamada de Impacto. Nós criamos uma rede engajada de empreendedores e possibilitamos que o parceiro tenha acesso direto a essas pessoas. E esses resultados são mensurados: nas últimas edições, 86% dos participantes afirmaram que foi formada uma rede de apoio entre os colegas da turma e 100% disseram que houve aumento na motivação empreendedora”.

A coordenadora contextualiza que o principal canal de trocas utilizado pelo programa é o WhatsApp (e que a escolha do aplicativo foi feita justamente por ser um meio fácil e acessível de comunicação).

“Não importa o local para onde vamos, as pessoas têm um celular com acesso ao WhatsApp. Isso mostra como o empreendedorismo pode ser fomentado em contextos de vulnerabilidade de forma simples para os participantes”, completa.

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