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5 coisas que empreendedores solo devem saber ao abrir um negócio

Foto: zenzen/AdobeStock

Ser o único responsável por um negócio é a realidade de muitos brasileiros: de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados este ano, ao menos 77,4% das empresas que entraram no mercado em 2019 são compostas apenas pelo proprietário ou sócio.

Dentro desse contexto, manter o empreendimento funcionando é um desafio. Segundo esse mesmo levantamento, apenas 32,1% das empresas nascidas em 2014 sem assalariados conseguiram seguir em atividade cinco anos depois, em 2019. Quando analisadas companhias com 10 trabalhadores ou mais, esse percentual dobra, chegando a 64,5%.

Diante desse cenário, programas voltados a atender empreendedores nessa situação são importantes aliados para manter seus negócios sustentáveis. Uma dessas iniciativas é a Chamada de Impacto, do Impact Hub Floripa, que tem como objetivo capacitar proprietários de pequenos negócios em todo o território nacional, de qualquer ramo, formalizados ou não.

Em suas edições mais recentes, realizadas no Mato Grosso, o programa já atendeu mais de 800 pessoas e gerou mais de R$ 90 mil em renda extra para os participantes nas feiras de negócios promovidas pelo projeto.

A qualificação desses empreendedores é feita ao longo de 12 semanas e contempla as áreas de gestão, finanças, marketing e vendas, sendo que cada módulo conta com uma sequência de oficina expositiva, laboratório de troca e encontro virtual de mentoria.

Um desses mentores é Maicon Canever, gestor de inovação na Associação Beneficente Abadeus, localizada em Criciúma, e fundador na M.J.C Consultoria Empresarial. De acordo com ele, a responsabilidade integral da operação de um negócio é um desafio, mas o perfil empreendedor faz a diferença.

“Ainda que estejam na posição de serem os únicos responsáveis por tocar as operações e precisarem dar conta de demandas diversas, o perfil empreendedor desses proprietários faz a diferença. Eles já têm a mentalidade certa para empreender, apenas precisam de orientação para tomar as melhores decisões e aproveitar de boas ferramentas para terem ganhos de produtividade”, pontua.

Para ajudar empreendedores que estão começando e não contam com funcionários em suas empresas, ele listou 5 práticas fundamentais que devem ser tomadas para a sustentabilidade dos negócios.

Planejamento e organização são a base de tudo

De acordo com o mentor, é preferível esperar um pouco mais antes de abrir um novo negócio para organizar e planejar os processos de trabalho, pois uma empresa tem várias funções e departamentos a serem administrados:

“É comum falarmos com empreendedores que adotam a filosofia ‘ir fazendo do jeito que dá’. Acredito sim que o feito é melhor do que o perfeito, mas o proprietário precisa ter em mente que, se não for no começo, em algum momento, ele precisará despender tempo para organizar os fluxos das atividades. Quanto mais ele demorar para fazer isso, mais complexa a atividade será”.

Dinheiro pessoal não deve ser misturado com o da empresa

“No começo do negócio, dinheiro pessoal e da empresa podem parecer a mesma coisa, mas não são. O investimento inicial deve ser encarado como um valor que a empresa deve reembolsar ao longo do tempo”.

Segundo o especialista, o empreendedor deve criar contas diferentes e gerenciar de forma separada a compra de insumos para a empresa e para casa, bem como as contas de luz, água e internet.

“Dessa forma, é possível ter mais clareza, inclusive, sobre como anda a rentabilidade do negócio”, complementa.

Busca por aprendizado deve ser constante

Canever reforça também a importância de estar sempre em busca de novos aprendizados e se manter atualizado sobre as novidades do seu segmento e dos demais assuntos que impactam o seu negócio.

“O empreendedor precisa ser um eterno aprendiz. Para alcançar esse status, pode aproveitar feiras, eventos ou capacitações”.

Regularização é tática para crescer

De acordo com ele, criar um CNPJ garante maior credibilidade ao negócio e permite acesso a linhas de crédito barato. Para participar da Chamada de Impacto, o empreendedor não precisa estar formalizado, mas a equipe oferece orientação nesse âmbito, ainda que esse não seja o foco principal do programa. Segundo o especialista, essa é uma tática para o crescimento a longo prazo.

“Além disso, ser registrado permite também a possibilidade de conquistar clientes Pessoa Jurídica, que só aceitam serviços via nota fiscal. Poderá também participar de editais para disputar recursos para investir no seu negócio”, explica. 

Participar de grupos faz a diferença

Empreender muitas vezes pode ser uma atividade solitária. Por isso, o mentor reforça a importância de fazer parte de grupos e comunidades sobre temas relacionados ao seu empreendimento.

“Você pode se cadastrar em uma associação empresarial, fazer parte de um grupo de marketing ou de um grupo de pequenos empresários, por exemplo. O importante é estar presente nas discussões que envolvem os interesses do seu negócio e contar com o apoio de pessoas que podem te ajudar na sua caminhada empreendedora”, orienta.

Potencial de inovação não explorado em pequenos negócios

O mentor finaliza alegando que a inovação não é prerrogativa das grandes empresas e acontece todos os dias em pequenos negócios brasileiros.

“Ainda que não virem capa de jornal, essas pequenas inovações estão lá, com os empreendedores fazendo de tudo para manter o negócio de pé. Temos muito que aprender e compartilhar experiências. Esse é o grande segredo para a inovação acontecer e para um crescimento socioeconômico sustentável e acessível para todos”, conclui.

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