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Quatro planos de ação para franquias e centrais de negócios

Foto: Monster Ztudio/AdobeStock

O ano promete terminar de forma promissora para o mercado de franquias no Brasil, com acréscimo de 12% no faturamento do setor no comparativo com o ano passado, superando os R$ 207 bilhões. A expectativa é da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que estima ainda alta de 7% no total de unidades franqueadas no país, no mesmo período.

A ascensão do segmento como opção de negócio, assim como ocorre com as empresas associadas a redes e centrais de negócios, aponta para um interesse cada vez maior dos empreendedores brasileiros em participar de grupos organizados e consolidados no mercado para tornarem suas empresas mais competitivas e rentáveis.

No entanto, para que essa fórmula dê resultado, é preciso disciplina, planejamento e buscar maneiras de observar como a gestão dessas empresas está sendo feita em relação aos procedimentos e valores adotados pela companhia-líder para que as oportunidades de crescimento sejam aproveitadas igualmente por todos os seus associados ou franqueados.

A avaliação é do executivo Jonatan da Costa, CEO da Área Central, referência em soluções para redes e centrais de negócios:

“Uma das justificativas para o crescimento desse nicho econômico são as compras e vendas conjuntas, que aumentam o poder de negociação e as receitas das companhias associadas a esses grupos de negócios”.

De acordo com o especialista, apesar de o mercado registrar um amadurecimento cada vez maior desses setores econômicos, ambos ainda contrastam com desafios de gestão que podem impactar no desempenho dos associados e franqueados, caso não sejam avaliadas necessidades de padronizações e sejam feitas análises de dados, fundamentais para o equilíbrio e a sustentabilidade desses negócios. 

Para contribuir com os empreendedores do setor, o empresário destaca quatro estratégias que devem ser encaradas pelas empresas e que podem ser aplicadas visando uma evolução desses negócios em 2023:

1. Estratégia das compras conjuntas

A competitividade no mundo globalizado demonstra que investir em bons produtos já não basta para o sucesso de um negócio.

Por isso apostar nos grupos empresariais pode ser um diferencial, especialmente quando a empresa busca ser mais assertiva e inteligente na negociação com fornecedores.

Uma maneira de fazer isso com intuito de melhorar o acesso ao mercado é aderir a estratégia das compras conjuntas como um plano de ação do grupo de negócios.

A explicação está no fato de que uma unidade ou empresa deixa de negociar com fornecedores de maneira individual, em menor quantidade e maior preço, para fazer pedidos em grande escala e menos gasto, por meio de uma rede central.

Com isso, as empresas que fazem parte da central de negócios ou rede de franquias ganham competitividade com redução de custos e, por consequência, conseguem ampliar sua lucratividade.

2. Estratégia para comunicação interna

A comunicação interna é um ativo poderoso para unificar a mensagem de uma organização e serve para motivar, estimular, promover agentes e difundir os ideais da empresa.

Em 2023, essa estratégia continua um diferencial especialmente no setor de franchising e centrais de negócios, devido a necessidade de trocar e nivelar informações para manter o alinhamento entre franqueadores e franqueados, uma vez que diferentes empresas compartilham e representam os valores de uma marca.

Desenvolver ou aderir ferramentas de comunicação adequadas à complexidade do negócio é o que distingue uma simples transmissão de informações para uma comunicação eficaz em torno das mesmas metas e objetivos, impactando diretamente nos resultados alcançados pelo grupo.

Assim, a tendência é de que as companhias que investem em redes sociais corporativas tenham mais força para engajar e passar suas mensagens-chave de forma clara, rápida e objetiva; evitando ruídos que podem gerar problemas como uma entrega de qualidade inferior ou a não padronização dos serviços ofertados pelo seu negócio.

3. Estratégia do Data Driven

A tomada de decisão orientada por dados continua em destaque e é imprescindível que as plataformas de gestão dessas organizações possibilitem gerar informações e indicadores de controle interno.

Boas negociações, por exemplo, partem do acesso e o tratamento de dados que viabilizem analisar propostas e informações capazes de chancelar uma decisão de maneira mais rápida e assertiva.

No setor de centrais de negócios e franquias uma das áreas mais valiosas para o uso de dados é o acesso a informações de negociação de produtos e serviços em conjunto com as empresas que fazem parte do mesmo grupo, porque possibilita maior controle de estoque e poder de barganha junto a fornecedores, redução de compras repetidas e visualização dos produtos mais consumidos, impactando numa melhor gestão de recursos e insumos.

Muitas redes não conhecem o seu potencial de compras, de negociação ou o quanto as lojas estão vendendo, portanto a adesão de uma plataforma de gestão com Big Data será um método cada vez mais relevante para a evolução desses negócios.

4. Estratégia de unificação dos processos

A padronização de serviços e processos gerenciados por uma rede com unidades associadas a ela é uma das premissas das redes e franquias e é um conceito que está mais evoluído que nas redes associativas tradicionais.

Isso porque para que os negócios escalem o seu número de lojas e unidades, a padronização é praticamente obrigatória.

O problema é que muitas vezes esse processo passa por diversos desafios, que precisam ser trabalhados entre franqueadora e franqueados diariamente, garantindo a qualidade do serviço em unidades diferentes de uma mesma marca.

Os entraves envolvem sistemas, capacitação, ruídos de comunicação, diferenças de gestão, entre outros. A resolução se dá por meio de ações como o desenvolvimento de tecnologias, treinamentos e processos claros, bem fundamentados e com histórico para que sejam incorporados à rotina da empresa por todos os seus funcionários.

Com a chegada do novo ano, as empresas renovam suas metas, indicadores e seus planejamentos estratégicos e, para os setores do franchising e das redes e centrais de negócios, é fundamental que as questões de gestão, comunicação e do uso de novas tecnologias façam parte das ações pensadas para impulsionar os resultados e garantir competitividade para as empresas, independente do setor no qual elas atuam.

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