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Carreira na área de engenharia florestal exige capacidade de adaptação

Foto: divulgação.

Por Claudia Garcia, gerente de contratos florestais da divisão de agricultura da Hexagon.

Quando ingressei no curso de Engenharia Florestal, em 2007, não imaginava que me apaixonaria pela área de produção. Das aulas de Biologia na escola, levei para a universidade o desejo de atuar na recuperação de áreas degradadas e no manejo de fauna silvestre. Na época, não fazia ideia de que a profissão me levaria para o setor de florestas plantadas e tecnologia. Com um campo de trabalho extenso e diversificado, a área de engenharia florestal permite diferentes possibilidades de atuação, mas para se encaixar no mercado e encontrar um espaço, o profissional formado precisa ter uma grande capacidade de adaptação. 

Hoje, assim como em vários outros setores, a engenharia florestal está fortemente atrelada à tecnologia. Big Data, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) são alguns dos termos que precisam fazer parte do vocabulário de quem pretende seguir carreira na área. Um conhecimento básico em programação, por exemplo, pode deixar de ser um diferencial e virar um pré-requisito em pouco tempo. O mundo caminha para um futuro de soluções e operações baseadas em tecnologia e é imprescindível que os novos profissionais se preparem tecnicamente para fazer parte deste momento. 

Quando eu frequentei a universidade pouco se falava sobre silvicultura de precisão, por exemplo, e hoje a necessidade de aumentar a eficiência dos processos tem exigido sua adoção cada vez mais recorrente. Por isso, especializar-se é, sim, importante, mas se preparar ao máximo tecnicamente para ser um profissional generalista pode ser o diferencial da carreira. Quando se adentra o mercado de trabalho, muitas vezes por falta de conhecimento ou restrições de oportunidades, é interessante estar preparado para o que der e vier. 

O momento pede mais diversidade

A evolução do setor envolve também o aumento da diversidade e inclusão nas empresas. Quando se trata de equidade de gênero, por exemplo, ainda temos um bom caminho a percorrer, já que a área ainda é predominantemente masculina. Dos 15.743 engenheiros florestais cadastrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), 34% (5.395) são mulheres. Apesar da disparidade, no restante das engenharias a diferença é ainda maior.  Segundo uma pesquisa realizada neste ano pelo Confea, o percentual de mulheres registradas como engenheiras no Brasil corresponde a 19,3% (199.786) do total de 1.035.103 profissionais atuantes no País. 

Como gestora do setor de contratos da unidade de negócios florestais da Hexagon, atuo com diversos clientes na prospecção, criação e desenvolvimento de relacionamentos e negociações junto aos parceiros. Fica muito claro, no dia a dia, o quanto o setor ainda é predominantemente masculino. No entanto, é possível perceber mudanças nos últimos anos, com as mulheres ocupando cada vez mais espaço. Vejo uma tendência dessa diferença diminuir nos próximos anos com o engajamento das empresas aos pilares ESG. As companhias, até por uma questão de valorização de mercado, devem trazer mais diversidade para dentro dos seus times, o que com certeza ajudará a conquistar entregas mais assertivas e melhores resultados. 

O setor de Engenharia Florestal está em um dos melhores momentos nos últimos anos em relação à empregabilidade: temos uma demanda muito grande de profissionais. Estamos vendo expansões no Brasil de novas fábricas, entretanto, para abri-las é preciso plantar mais floresta e para plantar mais floresta precisamos de mais profissionais. E são várias as áreas envolvidas nisso: não é somente no campo, precisamos de engenheiros florestais na qualidade, no planejamento, no georreferenciamento, na própria indústria de madeira e celulose. A área está bastante aquecida e quem souber se preparar para acompanhar a evolução do mercado aumenta — e muito — as chances de trilhar uma bela carreira. 

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