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Open finance no Brasil: o que falta para dar certo?

Crédito: Max Schwoelk

Por Fernando Nunes, CEO da Transfeera.

A implementação do open finance no Brasil evoluiu muito nos últimos meses. Embora estudos mostrem que o PIB dos países que adotam esse modelo possam ser impulsionados em até 5%, ainda existem alguns entraves que precisam ser superados.

Um dos entraves é que o open finance não é um produto, diferentemente do PIX que substitui as transações comuns (TED e DOC) e facilmente foi adotado pela maioria dos brasileiros.

Justamente por não ser um produto, é essencial que ocorra adequação e educação do mercado a respeito do compartilhamento de dados sobre as finanças e também conscientização sobre segurança de informações financeiras.

Por outro lado, a disposição de adesão prevista por parte do público é grande: uma pesquisa realizada pela EY mostra que 83% dos consumidores brasileiros enxergam de maneira positiva a realização de parcerias das instituições financeiras com outras empresas.

O mercado nacional é ávido por inovação e os brasileiros já entenderam que com inovação é possível ganhar muito mais tempo e economia financeira.

É preciso destacar que o sucesso da implementação do open finance também depende, em grande parte, da capacidade técnica e operacional do regulador para efetuar a análise das APIs. Essa análise técnica deve ser feita pelo Banco Central que já vem realizando um excelente trabalho.

Inicialmente, a centralização da estruturação, da implementação e da supervisão do sistema pode ter gerado preocupações e represamento de demandas relacionadas à fluidez da implementação do open finance no Brasil.

No entanto, assim como o PIX, essa atitude tem se provado eficaz na busca por competição entre os participantes do sistema financeiro nacional.

Além disso, é preciso promover diálogo entre as partes participantes e solucionar eventuais conflitos que envolvam os bancos, as fintechs e os provedores terceirizados.

Observando o Reino Unido, por exemplo, podemos notar a criação de uma entidade implementadora denominada Open Banking Implementation Entity.

Essa entidade foi formada pelos nove maiores bancos do país com o objetivo de estabelecer padrões técnicos comuns que pudessem ser utilizados na implementação do Open Finance.

Os atrasos, ainda que negativos, não geraram grandes prejuízos. Inclusive, até possibilitaram que as instituições participantes se aproximassem e trocassem mais informações sobre desafios encontrados na jornada.

O open finance permite inovar e impulsionar a competitividade, além de promover transparência nas relações entre instituições e clientes.

As possibilidades de criação de serviços e produtos são enormes, o consumidor também possui mais autonomia e flexibilidade para contratar produtos mais adequados a sua realidade, a experiência se torna melhor e os serviços mais baratos.

Estamos no caminho certo! Destravando alguns desafios técnicos, estaremos prontos para avançar ainda mais.

LEIA TAMBÉM: Após mudar de CEO, Transfeera capta R$ 7 milhões.

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