Este será um ano de desafios para empreendedores de diferentes segmentos. Na tecnologia, empresas de diferentes setores já deram o start em iniciativas internas para garantir mais vendas, retenção de talentos, engajamento dos times e buscar parcerias.
As empresas estão investindo na automação de marketing, em práticas de inclusão e diversidade, em fortalecer a governança e em consolidar o modelo flexível de trabalho e em construir um bom networking.
Conheça algumas das iniciativas em startups e empresas de tecnologia e os conselhos para empreendedores:
Planejamento e estratégia: é preciso ter foco e se concentrar nas metas da empresa
Na opinião de Guilherme Reitz, CEO e cofundador da Yungas, especializada na gestão e comunicação de grandes redes de franquias, é importante que o empreendedor se concentre em seu planejamento e estratégias, evitando gastar tempo e energia com o turbulento cenário político-econômico do país.
“Em momentos turbulentos e polarizados como temos vivido no Brasil nos últimos anos, é comum que alguns empreendedores se desgastem e tomem decisões equivocadas e precipitadas frente às incertezas. A verdade é que o Brasil sempre teve inúmeros problemas e desafios político-econômicos, e provavelmente isso infelizmente não mudará no curto prazo. O empreendedor, especialmente o pequeno empreendedor, na minha visão, deve canalizar todas as suas energias em se adaptar, executar o seu plano, fazer seu negócio crescer e não deixar as mazelas de Brasília atrapalharem seu foco”, destaca.
Ele teve duas jornadas no mundo do empreendedorismo até conseguir escalar o modelo de negócios com a Axado, startup pioneira e líder em tecnologia logística para ecommerce, que foi vendida para o Mercado Livre, em 2016, por R$ 26 milhões. Em 2018, fundou a Yungas, plataforma líder em customer success para grandes operações de franchising, que hoje já atende mais de 7 mil franquias, incluindo alguns dos maiores grupos do segmento no Brasil.
“Em doze anos de empreendedorismo, aprendi que o importante é focar em estratégias e metas, independente do cenário político. No final das contas, o foco na execução desses planos é o que de fato vai trazer resultados significativos para a empresa”, conclui.
Marketing: automação para vender mais
O cenário global de recessão previsto para este ano é uma das preocupações do setor de vendas das empresas. Nesse contexto, André Floriano, country manager da edrone no Brasil, orienta que o foco seja a retenção de clientes, que exige menos investimento que a aquisição de leads.
A startup polonesa especializada em automação de marketing e busca por voz para comércio eletrônico acompanha a evolução principalmente de pequenas e médias empresas em 25 países.
No Brasil, uma das estratégias adotadas no ano passado foi a consolidação do time de vendas e se tornar uma referência em inteligência de dados de e-commerce para alavancar as vendas dos clientes.
“Vemos um potencial grande no e-commerce brasileiro entre PMEs e este ano pode ser uma boa oportunidade dessas empresas usarem estratégias de marketing digital para fortalecer o relacionamento com o consumidor. A principal dica para quem vende online é conhecer seu cliente e estabelecer um contato próximo dele. Apostar em omnicanalidade, com venda em diferentes canais, estimular feedbacks e avaliações, criar benefícios de fidelização e compartilhar conhecimento são ações que podem ser automatizadas. A automação das atividades de Marketing, além de economizar tempo e esforço da equipe, gera resultados muito melhores do que as práticas tradicionais. O custo-benefício é imbatível”, sugere.
M&A: startups precisam adequar governança
Para Rafael Assunção, fundador e managing partner da Questum, deverá ocorrer expressiva ampliação do perfil de empresas que buscam, por meio da aquisição de startups, acessar novos modelos de negócios, produtos e times este ano.
“Acreditamos que será um ano de retomada seletiva de IPOs, o que traz liquidez a potenciais compradores e abre mais oportunidades de M&A para startups. Além disso, algumas mudanças regulatórias podem acelerar as movimentações em determinados segmentos. Destacamos a agenda de Open Finance do Banco Central, que deve continuar acelerando as oportunidades para as fintechs. Na mesma linha, o novo marco regulatório liderado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) tende a acelerar o segmento das insurtechs”, afirma.
Para que os empreendedores estejam preparados para aproveitar as oportunidades, porém, é preciso se antecipar e aprimorar os aspectos de governança corporativa, levando a startup a um patamar de práticas tributárias, trabalhistas e societárias adequado às demandas de empresas de capital aberto.
“Do ponto de vista dos compradores, o maior desafio é encontrar startups que tenham um tamanho e nível de governança adequados para viabilizar uma operação. Do lado das startups, é a construção de modelos de transação de M&A que sejam capazes de realizar as sinergias planejadas”, orienta.