Por Walmoli Gerber Junior, físico médico e fundador da Quanby.
A tecnologia quântica vem para colocar tudo o que sabemos em outro patamar. De computadores quânticos, que permitem maior capacidade computacional que os atuais a tecnologias elaboradas pela física quântica, isso representa novas formas, inclusive mais sustentáveis, de conduzir negócios, criar produtos e serviços ou acelerar processos.
Embora consolidada em países de primeiro mundo, o Brasil ainda engatinha no assunto, mesmo com investimentos tímidos. Empresas já se especializam no assunto, tendo em vista as potencialidades abertas pelo setor.
A primeira nasceu em Florianópolis, em 2017, e a partir dela outras buscam espaços para um caminho sem volta. O que explica essa trajetória emergente é que a computação quântica chega para evoluir a arquitetura tradicional dos computadores.
Ou seja, um novo desenho tende a aprimorar o desempenho das máquinas para resolver problemas complexos ou impossíveis de serem resolvidos pelos supercomputadores tradicionais. Um exemplo dessa transformação será a mudança de bits para qubits, o que, na prática, permitirá que os computadores quânticos resolvam diversos cálculos ao mesmo tempo, por meio de fontes de dados, e essa capacidade trará maturidade na forma como trabalhamos com softwares.
Em termos de liderança, é de que empresas como Google, IBM, Governo Chinês continuam liderando a nuvem quântica, mas enfrentam uma concorrência para atender aos primeiros aplicativos reais do setor, dado os desafios que ainda existem para esse mercado. Fato é que algumas iniciativas mostram o quanto o Brasil vê potencial para fazer investimentos, de modo que a parceria inédita entre governo federal e empresas privadas exemplificam o interesse mútuo para a estruturação de uma já existente Rede de Computação Quântica.
Depois de solucionados os entraves para a consolidação da Rede, como entrar nesse universo de forma competitiva e unir esforços para que a tecnologia quântica seja acessível e escalável, ela permitirá cada vez mais integração entre empresas e universidades. Sem contar na adequação de algoritmos, transformação digital de processos e avanços de startups, empresas, pesquisas e desenvolvimento.
Somado a essas vantagens, outros fatores para a era da computação quântica reforçam seus traços positivos, dentre os quais destaca-se o processamento, exponencialmente mais veloz para aplicações específicas. A computação quântica é cerca de 100 milhões de vezes mais rápida que a atual, podendo ser muito maior, dada duas propriedades do poder computacional quântico: a superposição e o entrelaçamento.
Deep learning, machine learning e o sua alta capacidade de armazenamento com a necessidade de menos recursos empregados ou espaço físico ampliam a lista de vantagens. Somam-se a elas a economia de energia, taxas menores de dissipação e a criptografia quântica que transmite informações de forma mais segura.
Na linha da saúde, o uso de computadores quânticos pelos laboratórios de pesquisa e empresas de tecnologia traz possibilidades animadoras, dentre as quais o desenvolvimento de moléculas, simulação de ensaios clínicos , humanos virtuais mais reais, salto tecnológico nas análises de DNA e segurança da informação.
É evidente o potencial da computação quântica para transformar o ambiente em que vivemos com avanços que impactarão as organizações pelo mundo. A jornada de aceleração está aquecida com investimentos privados e governamentais que preparam-nos para um ecossistema quântico, conectado, seguro e transformador.
