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3 lideranças femininas protagonistas na indústria 4.0

Foto: divulgação.

De acordo com a última edição do Global Gender Gap Index, mais abrangente estudo sobre desigualdade de gênero no mundo, as mulheres ocupam apenas 37% dos cargos de liderança de empresas e são minoria absoluta nos segmentos de tecnologia e infraestrutura, ocupando 24% e 16% dos cargos de liderança nestes setores, respectivamente.

Em outro comparativo do estudo sobre o nível de escolaridade, as mulheres brasileiras se destacam por serem a maioria nas universidades, estando mais presentes em cursos como educação, ciências sociais e jornalismo. Já os homens, são fortemente representados em cursos de tecnologia da informação, engenharia e construção, o que pode justificar a maior empregabilidade masculina nestes segmentos. 

Para entender o perfil de algumas mulheres que conseguiram transpor essa realidade, trouxemos a história de três empreendedoras do Rio Grande do Sul que atuam em ambientes majoritariamente masculinos da tecnologia e construção, estão à frente de suas equipes, liderando e definindo os caminhos de crescimento de suas empresas. O que elas possuem em comum? O desafio de preparar suas empresas para a transformação exigida pela Indústria 4.0, sem perder a essência do seu negócio.

FERNANDA SOUZA FERREIRA, 40 ANOS, COO da Gabster, DE SÃO LEOPOLDO.

Ela está há 9 anos à frente da operação da Gabster, plataforma de negócios que conecta arquitetos e profissionais de design através de método e tecnologia com 11 segmentos da indústria da construção, como marcenarias, indústria de eletrodomésticos, revestimentos etc. Enfermeira de formação, sempre viu a liderança feminina com naturalidade já que nessa profissão as mulheres são maioria.

Foi em um momento de reinvenção que decidiu entrar para o mundo corporativo e da tecnologia e hoje desenvolve sua carreira em um ambiente diferente, liderando uma equipe de 30 pessoas onde os homens estão em maior número.

Ela. que apesar de ter feito especialização na área de Gestão Empresarial para se preparar para os novos desafios de empreender, afirma que foi através da trajetória na Enfermagem que adquiriu o viés humanista, visão sistêmica e senso de urgência, que entende como diferenciais na entrega de resultados junto aos seus clientes.

E se melhorar a vida das pessoas através dos seus negócios não é suficiente, a empresária ainda encontra espaço para diversas atividades voluntárias, contribuindo mensalmente com recursos e tempo para auxiliar entidades beneficentes e de impacto socioambiental, como Greenpeace, ActionAid e IMAMA, além das ações mensais nas quais distribui alimentos, brinquedos e materiais de higiene pessoal para comunidades carentes da região metropolitana de Porto Alegre. Desde 2020, algumas ações são idealizadas por sua filha Amanda, de 17 anos, a quem Fernanda busca incentivar e apoiar na atuação voluntária pois entende que o legado não é só para si.

Para ela, apesar de serem minoria, as mulheres líderes nesse ecossistema da reforma, construção e decoração costumam ter um papel de protagonismo na transformação dos negócios, resultado da junção da capacidade técnica com habilidades interpessoais típicas do gênero, permitindo que seus negócios usufruam das tendências tecnológicas disruptivas da indústria 4.0 trazidas pela Gabster.

DIANA DALLA COSTA, 50 ANOS, GERENTE COMERCIAL DA MOTIVA MÓVEIS, DE BENTO GONÇALVES.

Ingressar na área comercial foi um movimento natural para ela, que desde os 14 anos já trabalhava e demonstrava habilidade de persuasão e engajamento.

Formada em Administração e Comércio Exterior, área que oportunizou à empresária o acesso a outras culturas e realidades, foi no segmento moveleiro que ela aprimorou seus pontos fortes e desde 2017 é Gerente Comercial Geral para o mercado brasileiro e internacional da Motiva Móveis, tradicional indústria de móveis sob medida de Bento Gonçalves.

Liderando uma equipe de 68 pessoas, sendo 70% homens, ela considera que avançar em um universo majoritariamente masculino é um desafio que está nela mesma, independente do gênero.

Ela já liderou duas transições importantes na empresa desde que assumiu a gestão comercial. A primeira, com a missão de consolidar a marca no mercado nacional. A segunda, de inscrever a empresa na era da Indústria 4.0, mudança que está sendo implementada há poucos meses, com o apoio da Gabster.

Ela ainda reforça que a nova metodologia trouxe velocidade e modernidade para o modelo de negócio da Motiva mas que, só foi possível, por conhecer bem a equipe para implementar a inovação sem resistências:

Conhecer bem a equipe, capacitar, inovar e ampliar o olhar são condutas naturais para Diana, que vê a essência feminina em seu perfil de liderança quando atua com delicadeza e cuidado nos detalhes, sem perder o pulso firme do cumprimento da palavra, firmeza e retidão de atitudes.

RENATA SANDRIN, 48 ANOS, DIRETORA EXECUTIVA DA SANDRIN MÓVEIS, DE BENTO GONÇALVES

Trabalhando na indústria “desde sempre”, ela não sabe precisar exatamente quando começou a trabalhar na Sandrin Móveis, indústria de móveis planejados fundada pelo seu pai e seu tio, pois constantemente era convidada a ajudar em alguma tarefa e ali foi se desenvolvendo profissionalmente.

Analista de Sistemas, foi durante uma formação em Processos que partiu para conhecer todos os setores da empresa, passando a ter uma visão global do negócio e teve uma grande virada ao imergir na área comercial e conhecer o mercado com todos os seus desafios.

Hoje a gestão da empresa com aproximadamente 120 colaboradores é realizada pela segunda geração de sócios, filhos dos fundadores. Ela é a única mulher e a mais jovem do time.

Como Diretora Executiva desde 2021, assumiu para si o desafio de capacitar e renovar a empresa para um mundo em constante mudança, introduzindo uma nova dinâmica que o mercado exige, sem perder a essência de uma trajetória de 52 anos de mercado da Sandrin.

Para esta transição, assim como Diana, conta com a metodologia da Gabster para implementar a inovação nos processos da empresa.

Para ela, as oportunidades do mercado têm que acontecer se a competência existir, independente de quem for, e vê o perfil feminino complementando muito os negócios, fazendo com que as oportunidades aumentem na medida em que as empresas percebem a importância de ter mulheres junto à equipe.

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