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Dica não é estratégia no marketing

Foto: divulgação.

Em tempos de conteúdos rasos de redes sociais, confundiu-se a dica com a estratégia. Não me entenda mal, eu mesma produzo e consumo muito conteúdo de redes sociais, e entendo que a maior parte do público é leigo e que realmente não há espaço suficiente para se aprofundar em determinados assuntos. 

Mas então, um empilhado de dicas compiladas aqui e ali tem sido confundido por estratégia de marketing e deixado empresários atordoados.

O termo estratégia começou a ser amplamente utilizado no mundo dos negócios na década de 50, quando executivos com experiência militar, da Segunda Guerra Mundial, começaram a aplicar planejamento a longo prazo nas organizações. A palavra em si vem do grego, stratos, exército e agein, liderar. 

Estratégia está presente em tudo: dos times esportivos, à gestão pública e ao marketing. É a responsável por conduzir a empresa através das mudanças de forma a assegurar crescimento, lucro e sucesso sustentáveis.

Estratégia é uma arte milenar e militar

Sun Tzu pode ser considerado o pai da estratégia,e seu livro A Arte da Guerra é um manual valoroso até os dias de hoje. A árvore genealógica da estratégia é tortuosa, mas certamente abrange Maquiavel, Alexandre O Grande, Júlio César e Napoleão Bonaparte. 

É impossível falar de estratégia sem falar em planejamento militar, de onde as ideias e modelos atuais de estratégias foram inspirados, inclusive as próprias estratégias de marketing. 

Maquiavel teoriza que o príncipe deve “estudar as ações de homens eminentes para examinar de que forma conduziram suas guerras”. Troque príncipe por líder e a frase está atualizada. A história da estratégia chega a ser profética.

A sua estratégia de marketing deve ser condizente com a sua concorrência 

O que é o mercado, senão um grande campo de batalha? Até mesmo metáforas bélicas fazem parte dos nossos diálogos. Se não houvesse concorrência, não haveria necessidade de estratégia, certo? A concorrência oxigena o mercado e dá mais liberdade aos consumidores. No entanto, Porter, referência em estratégia de marketing, baseou sua obra sobre estratégia competitiva com objetivo de alcançar o monopólio. 

Estratégia é movida pela tecnologia

Assim como na guerra, nos negócios a estratégia é movida pela tecnologia, de forma a neutralizar o concorrente. Foi o que aconteceu com a implementação da Blitzkrieg e hoje se vale no marketing data driven. Logo, estratégia de marketing pode ser mensurada. Não é preciso ter feeling de que a estratégia vai funcionar.

Estratégia é experiência

A bagagem, a vivência no campo de batalha, é tão preciosa para o estrategista de marketing quanto o conhecimento teórico. Podemos ter conhecimento sobre os trabalhos de Porter, Ansoff e Kotler, bem como ler cases sobre sucessos da IBM e Apple e o fracasso da Blackberry e Blockbuster. No entanto, viver os sucessos e fracassos no dia a dia deixam cicatrizes muito mais profundas. 

Estratégia de Marketing na Prática

Três pontos são fundamentais para o desenho de estratégias de marketing – e apesar de serem somente três, eles contemplam uma miríade de possibilidades:

  • Objetivo: Claro, Relevante, Mensurável e Alcançável, ou mesmo usar o SMART para definição do objetivo.
  • Cenário: Cabe uma análise detalhada do ambiente externo e interno, forças e fraquezas. Ou seja, uma análise SWOT, bem como análise da concorrência.
  • Recursos: Quando se fala em recursos,geralmente pensamos em dinheiro, mas tempo e pessoas também são recursos preciosos. 

Isso significa que aquele post de “faça isso e dobre o seu faturamento” pode não servir para você, já que talvez não disponha do mesmo objetivo, esteja no mesmo cenário ou tenha os mesmos recursos à sua disposição. Esta é somente uma dica (que pode até funcionar), mas não é uma estratégia de marketing. 

Leia outras colunas da Fernanda Trein clicando aqui.

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Fundadora da Vino Marketing Digital

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