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Com foco em inovação, Semente Negócios vai potencializar unidade de empreendedorismo periférico

Foto: divulgação.

O propósito tem orientado a atuação das mais diferentes empresas. Exemplos cada vez mais frequentes indicam que inovações que resolvem ou, pelo menos, mitigam desafios econômicos, sociais e ambientais são lucrativas e, ao mesmo tempo, geram prosperidade e valor compartilhado para a cadeia envolvida.

Ao longo dos últimos 10 anos, a Semente Negócios, de Florianópolis, se especializou neste tipo de inovação, apoiando pessoas, empresas e outras organizações no seu desenvolvimento, por meio de projetos customizados de empreendedorismo e aceleração, inovação corporativa e desenvolvimento territorial.

O Economia SC Drops conversou com Marcel Boff, sócio-diretor do negócio, para entender como eles usam a inovação para valorizar a vida das pessoas e do planeta. Confira abaixo:

Como surgiu a ideia do negócio?

Marcel: A Semente surgiu do desejo de trabalhar com algo que trouxesse impacto e que gerasse soluções sustentáveis, tanto que o nome original da Semente era “Semente Negócios Sustentáveis LTDA”. Desde sempre, existia essa vontade de trazer a sustentabilidade para o meio dos negócios, partindo de um movimento do time de fundadores, que estava estudando sobre o tema e outros assuntos, como responsabilidade social corporativa, na faculdade. O Marcio, por exemplo, que é o CEO atualmente, à época, trabalhava na Artemísia e ajudou em todo o processo. Nesse início, ele sugeriu as metodologias de Lean Startup e Customer Development para começar o desenho da organização. Houve um insight de que tudo que se aprendia era o necessário para desenhar, construir e desenvolver a Semente. Era algo que tinha muito espaço para acontecer e ser ensinado no ambiente de empreendedorismo no Brasil, e que isso geraria um grande impacto. Então a gente formatou a Semente para atender a esse primeiro propósito, que era transformar a maneira que se ensinava e praticava o empreendedorismo inovador, sempre de maneira social e ambientalmente responsável. Daí já conseguimos ver nas origens o que é a Semente atualmente: temos a inovação como principal ferramenta para gerar prosperidade, a partir de engrenagens empreendedoras, a fim de gerar impacto positivo na sociedade.

Quais os diferenciais da empresa?

Marcel: A Semente tem como propósito ser uma empresa que trabalha com um tipo específico de inovação: a inovação que valoriza a vida. Dessa forma, toda a nossa maneira de trabalhar passa por um olhar mais humano, entendendo que a inovação gera prosperidade, numa compreensão material e imaterial sobre o sentido de prosperidade. Buscamos sempre corroborar nos projetos de forma a expandir esse entendimento junto aos clientes e parceiros estratégicos, justamente por sabermos que valorizar a vida passa por termos um compromisso com a sustentabilidade dos negócios, afetando diretamente a vida das pessoas empreendedoras e seus clientes, as organizações e o mundo em que vivemos.

Como funciona a metodologia e em quais áreas colabora com empreendedores?

Marcel: O Caminho Empreendedor é o que chamamos de uma metodologia viva, por sempre estar em aperfeiçoamento, desde o momento em que o empreendedor ou a empreendedora a coloca em prática. Ensinamos que o processo de inovação conta com uma série de ciclos conectados que acompanham o dinamismo dos mercados e do mundo globalizado. Para dar conta de toda essa complexidade, o Caminho Empreendedor conta com seis estágios fundamentais a todo negócio inovador e de base tecnológica, independente do seu grau de maturidade. São eles: explorar, engajar, entregar, vender, crescer e estruturar. O primeiro, Explorar, trata de elaborar hipóteses sobre as necessidades de mercado e fazer um match se a solução idealizada pela pessoa empreendedora efetivamente resolveria um problema real. Aqui o foco total deve estar em entender as necessidades do público e validar essas hipóteses por meio de investigações e pesquisas. O segundo estágio, Engajar, tem por finalidade entender se há um conjunto de pessoas interessadas na solução do problema que será resolvido. É a oportunidade de criar uma comunidade de potenciais adotantes da solução que será lançada posteriormente. O Entregar é o terceiro estágio, voltado para a construção do MVP (Produto Mínimo Viável). O objetivo é conseguir construir protótipos que possam entregar valor ao grupo de adotantes e aprender com os testes. Nesta fase, busca-se gerar muitos aprendizados com a solução/produto que está sendo construída. Assim, a pessoa empreendedora poderá remodelar e entregá-la com uma maior aderência às necessidades identificadas. O quarto estágio, Vender, é quando, efetivamente, a pessoa empreendedora começa a ter os primeiros clientes pagantes. Neste momento, vale traçar as estratégias iniciais para entender como melhor identificar, precificar e vender a solução/produto ao mercado. Já o quinto estágio, Crescer, consiste em conseguir escalar o produto, por meio de estratégias de marketing digital, por exemplo, e da construção de um processo comercial que seja aderente e replicável ao modelo de negócio adequado, não esquecendo de trabalhar a retenção dos clientes conquistados. Por fim, o sexto estágio, Estruturar. Aqui, o negócio se encontra com maior maturidade, então, é o momento de olhar para os processos internos, gerenciamento de pessoas e equipes e assuntos relacionados a processos burocráticos. Como dissemos, é uma metodologia viva. Uma vez “finalizado”, passamos a olhar para a replicação de todo o processo, formas de melhorar e seguir aderente às necessidades do mercado e às demandas emergentes.

Como o Caminho Empreendedor impacta empreendedores?

Marcel: O Caminho Empreendedor vai muito além de uma metodologia voltada para a venture builder. Ele busca auxiliar com as necessidades da pessoa empreendedora, além dos desafios ligados ao empreendedorismo inovador e de impacto. Ou seja, passa por habilidades comportamentais, técnicas e de gestão de negócios que toda pessoa empreendedora deve ter para criar, executar e escalar um negócio inovador. Esse olhar mais atento às questões humanas vai ao encontro da premissa de que por trás de um bom negócio sempre haverá um bom empreendedor ou uma boa empreendedora. Quanto ao impacto, já formamos mais de 30 mil pessoas com a nossa metodologia, e temos a alegria de ver grandes negócios conduzidos por essas pessoas se destacaram no cenário nacional.

Quais os planos e metas para este ano?

Marcel: Temos metas de alinhar os nossos produtos e serviços ao nosso propósito de valorização da vida. Vamos lançar, em breve, diversos programas próprios de aceleração de negócios de impacto e de aceleração de startups criadas por mulheres, além de estruturar uma unidade de negócio em empreendedorismo periférico para potencializarmos os projetos que já temos dentro dessa área, para orientar e impactar ainda mais as mentes empreendedoras que vivem nas periferias. Também vamos lançar, muito em breve, alguns produtos visando oferecer uma experiência tecnológica mais aprimorada para os nossos programas e para o ecossistema. Por fim, unimos a nossa unidade de Inovação Corporativa a um Design Studio e também à Innoway, uma aceleradora da cultura da inovação em empresas, e que realiza diagnósticos. Então, agora, conseguimos diagnosticar o estágio de maturidade das empresas, criar e apoiar a execução de estratégias e programas de inovação corporativa e, finalmente, criar, validar e executar o desenvolvimento de soluções inovadoras para nossos clientes que não têm capacidade operacional para fazê-lo.

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