Por Cadu Lopes, CEO da Doctoralia Brasil, Peru e Chile.
O Brasil soma 1.023 healthtechs, representando um aumento de 60% quando comparado com o ano de 2016, segundo pesquisa da Distrito Healthtechs Report 2022, realizada pela Distrito, plataforma que conecta soluções para startups. Tais dados são animadores e nos mostram um vasto oceano que ainda deverá ser explorado pelos empreendedores do setor de saúde em nosso país.
A questão é que, justamente por ser um segmento essencial e sensível, são muitos os desafios encontrados pelo caminho. Um deles, e que tem ganhado relevância, é a gestão aplicada por clínicas e hospitais, impactando diretamente na experiência do paciente, afinal uma gestão eficiente na saúde vai muito além de conquistar resultados positivos para o negócio, significa zelar pela vida, saúde e bem-estar das pessoas.
De acordo com o Panorama das Clínicas e Hospitais 2023, o mercado está gradativamente percebendo que a gestão da agenda é uma atividade que requer ferramentas profissionais. Quase metade dos entrevistados, cerca de 49% das clínicas e hospitais, contam com um software pago para administrar consultas, enquanto 29% têm um sistema próprio. Na edição de 2022, esses números eram de 45% e 25%, respectivamente.
Outro ponto de atenção na gestão é a centralização (ou não) das informações, sejam elas financeiras, burocráticas ou até mesmo sobre os pacientes. 67% dos respondentes do Panorama afirmam que todos os colaboradores usam o mesmo sistema, enquanto que 20%, não. A tendência é que essa última parcela, sofra com falta de produtividade, desordem e falhas frequentes, gerando uma má percepção dos pacientes.
A gestão por meio de telefone ainda é extremamente importante para as clínicas e hospitais. Ainda segundo dados apontados no Panorama 2023, 56% dos entrevistados relatam que o próprio aparelho é a ferramenta de gerenciamento das ligações. Aqui vale uma ressalva, visto que essa prática revela uma limitação, já que métricas importantes para o controle adequado do fluxo telefônico não são registradas, como o número de ligações recebidas, os horários de pico, a taxa de chamadas perdidas e o tempo médio de retorno. Sem tais informações, fica um pouco mais complicado ter insights e tomadas de decisões assertivas.
Por fim, vale a máxima “não se pode melhorar o que não se pode medir”. Portanto, quando falamos de gestão em saúde, é preciso selecionar os KPIs (indicadores-chave de desempenho) que quantificam a produtividade da equipe, visando ter rotinas otimizadas, processos estratégicos e mais tarefas realizadas em menos tempo, de forma eficiente.