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South Summit Brazil: estratégias dos gestores de VC para levantar investidores na América Latina

Foto: Felipe Nogs/Agência Preview

Assim como empreendedores buscam capital para injetar no crescimento de suas startups, os gestores de venture capital também precisam desenvolver estratégias e técnicas para atrair os chamados Limited Partners (LPs), cotistas de fundos de investimentos em participações.

Lideranças de empresas de venture capital com atuação em alguns países da América Latina compartilharam insights sobre o tema em um painel no primeiro dia do South Summit Brazil, realizado em Porto Alegre (RS), de 29 a 31 de março. 

Venture capitalists also fundraise: Who invest in the investors? contou com a presença de lideranças do mercado de VC da América Latina, como Javier Cueto, gestor e sócio da Imagine Ventures, baseado no Chile, Juan Cruz Valdez Rojas, fundador e gestor da iThink VC, do Paraguai, Hernan Haro, fundador e gestor da MrPink VC, do Uruguai. Fabiana Fagundes, sócia da FM/Derraik, um dos principais escritórios brasileiros de advocacia especializados em venture capital, também integrou o painel, moderado por Juan José Barrios, da IE University. 

Na avaliação dos participantes, o Brasil e os demais países da América Latina encontram-se em diferentes momentos de maturidade de seus ecossistemas de venture capital, todos ainda distante da realidade que os norte-americanos, pioneiros desta indústria, operam há mais de quatro décadas.

Segundo Fabiana, as primeiras gestoras de venture capital brasileiras foram criadas e começaram a captar e investir há pouco mais de uma década. A experiência com as primeiras saídas do portfólio, bem como a construção de novos fundos, permitem aprimorar as estratégias de captação de cotistas para as operações.

Em países como México, Chile, Peru, Colômbia, Paraguai, Argentina e Uruguai, os cenários de captação ainda estão concentrados em investidores locais, especialmente com empreendedores de cada região, investidores institucionais ligados a corporates destes países, e em alguns casos, instituições públicas. 

Neste cenário, os especialistas compartilharam algumas estratégias e lições com o público de empreendedores, investidores, governo e demais atores de ecossistemas de inovação da América Latina presentes no evento.

Tenha claro o perfil de investidor cotista (LP) 

Para os painelistas, assim como uma startup define um perfil de cliente ideal, as gestoras de fundos precisam ter foco para atrair sócios cotistas que conversem e estejam alinhados com a tese de investimento da operação e o perfil de empresas a receberem aportes. 

Equilíbrio entre os perfis de investidores ajuda

Em alguns casos, desenvolver um mix com diferentes perfis pode ajudar a ter diversidade e complementaridade no suporte às startups do portfólio. Um fundo composto só por empreendedores, por exemplo, pode enviesar a análise dos negócios a serem investidos, desconsiderando aspectos mais ligados a projeções financeiras, valuation, e aspectos mais racionais que a indústria de venture capital exige. Os principais perfis de cotistas dos fundos latino-americanos no painel são investidores anjo, empreendedores fundadores que já realizaram eventos de liquidez em seus negócios, 

Geografia dos investimentos

A localização geográfica dos investidores e dos fundos é outro aspecto que faz diferença na escolha dos cotistas. Os perfis de investidores e gestoras de fundos de países da América Latina concentram seus investimentos nas suas respectivas regiões, pela proximidade dos LPs do portfólio de investidas e a capacidade de aportarem também conhecimento, experiências e práticas que possam alavancar os empreendedores, principalmente aqueles em estágios iniciais. 

Investimento early stage predomina na América Latina

Os painelistas destacaram a concentração de suas teses em negócios nascentes, early stage, pela maturidade dos ecossistemas da região. Startups em transição para scale-ups, por exemplo, já passam a ser mais atrativas para investidores com atuação global, que muitas vezes dividem rodadas com players regionais. Os gestores com atuação nos países da América Latina relataram desafios, por exemplo, para investir em startups brasileiras, principalmente no early stage

Efeito em rede para atrair mais cotistas

Na estratégia de atração, principalmente em gestoras que estão iniciando suas captações em seus primeiros fundos, uma das apostas de Javier Cueto, da Imagine Ventures, é no efeito de rede que os sócios cotistas promovem. Focar na confiança da relação entre a gestora e os primeiros cotistas contribuem no network effect, diz Cuelo. Com o sucesso dos primeiros aportes, a alavancagem e a construção de cases no portfólio, as próximas captações ficam mais simples.

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