Adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como data dedicada a promover a consciência ambiental e o desenvolvimento sustentável, o Dia da Terra é celebrado neste sábado, dia 22 de abril.
Com o crescente aumento da população mundial, a demanda por recursos naturais e a emissão de dióxido de carbono na atmosfera têm crescido exponencialmente.
A cadeia de suprimentos, por exemplo, é responsável pela emissão de 5,5 bilhões de toneladas de CO² a cada ano, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.
Os dados mostram a urgência para encontrar soluções que ajudem a minimizar o impacto humano sobre o meio ambiente. O envolvimento das empresas nessa missão está atrelado a uma exigência dos próprios consumidores.
Uma pesquisa desenvolvida pela Manhattan Associates, mostrou a preocupação dos clientes com a questão: segundo o estudo Unified Commerce Benchmark, apenas 20% dos compradores estão satisfeitos com as práticas de sustentabilidade de seus varejistas preferidos. Neste contexto, a tecnologia pode desempenhar um papel fundamental.
Abordagens mais inteligentes sobre entrega e transporte
Com o aumento das vendas online, o impacto da cadeia de suprimentos no meio ambiente é um ponto de atenção para as empresas.
A maioria das marcas que oferece canais de venda direta ao consumidor não tem a capacidade, por exemplo, de permitir que o cliente agregue pedidos em um período de vários dias ou altere um pedido além de um período de arrependimento de 30 a 60 minutos.
Ou seja, após clicar no botão de compra e concluir a transação, não é possível mais alterar, cancelar ou mesmo adicionar nada ao pedido.
Essa inflexibilidade leva a situações em que as compras feitas em vários dias ou no mesmo dia acabam sendo entregues por várias transportadoras diferentes.
Graças aos recursos oferecidos por tecnologia de soluções de gestão de pedidos, ponto de venda e engajamento do cliente, há uma maneira mais inteligente de gerenciar as operações, permitindo que o consumidor tenha mais influência sobre suas próprias decisões na cadeia de suprimentos do varejo.
De acordo com Marco Beczkowski, diretor de Vendas e CS da Manhattan Associates Brasil, essas capacidades criam essencialmente um pedido com um status de rascunho quando ele ainda está no armazém, permitindo que o cliente faça mudanças e adições, até o momento em que vai para o caminhão:
“Essa abordagem pode ajudar a eliminar o excesso de ofertas de entrega, junto com materiais de proteção e embalagem associados a vários pedidos menores; além da pegada de carbono do processo de devolução”.
Contar com um sistema de gerenciamento de transporte (TMS) moderno e efetivo é outro ponto-chave ao se considerar o impacto ambiental da cadeia de suprimentos. Um bom TMS faz com que o planejamento do transporte seja mais rápido, mais inteligente e mais fácil. Essas características são fundamentais para que o planejamento e a rede de transporte tenham uma pegada de carbono menor.
“Seja incorporando clima em tempo real, tráfego, dados de zona de baixa emissão específicos da cidade ou simplesmente fornecendo tempos de resolução até 80% mais rápidos, uma solução de gestão de transporte mais inteligente e baseada em dados não é ideal apenas para uma maior obtenção de lucros e uma melhor experiência geral do cliente, mas também pode ter um efeito significativo e positivo no impacto ambiental de uma marca”, explica.
Agronegócio mais sustentável e eficiente
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos últimos 50 anos, o agronegócio foi responsável por duplicar a emissão de gases do efeito estufa, contribuindo para agravar as mudanças climáticas e os danos ao meio ambiente.
A tecnologia, no entanto, tem potencial de ser uma das protagonistas na mudança deste cenário. Ferramentas de agricultura de precisão, por exemplo, permitem um controle avançado sobre as máquinas agrícolas, com sistemas como piloto automático, aplicações controladas de pulverizadores, otimização de tráfego e alocação de frotas.
Segundo levantamentos feitos pela divisão de agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais para o campo e a floresta, tecnologias para a aplicação de herbicidas podem reduzir em até 25% o uso de agroquímicos em uma operação agrícola. Uma logística automatizada, por sua vez, permite que as máquinas se desloquem menos e de forma mais eficiente.
“O planejamento detalhado das operações aliado a ferramentas de monitoramento de frotas pode gerar economias de 10% de combustível pela otimização do processo”, explica Bernardo de Castro, presidente da divisão.
Estima-se que, em 2020, aproximadamente 500 mil toneladas de dióxido de carbono (CO₂) deixaram de ser liberadas no meio ambiente por conta do uso de tecnologias da Hexagon em cerca de 8 bilhões de hectares de fazendas ao redor do mundo.
“Com soluções inovadoras, podemos alcançar processos mais ágeis, produtivos e sustentáveis. Não temos como separar agricultura de meio ambiente, pois trabalhamos com o que a natureza nos proporciona. Saber utilizá-la da melhor forma é um compromisso do setor“, avalia.