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Crise de energia humana é tema prioritário para os conselhos 

Foto: Andréa Graiz/divulgação.

Por Ana Carolina Peuker, doutora em psicologia e CEO da Bee Touch.

Considerando a perspectiva de ESG, não podemos esquecer um tema crucial para os conselhos: a gestão dos fatores de risco psicossociais. A questão da saúde emocional dos trabalhadores não pode ser abordada somente como um benefício corporativo, mas, sim, integrada à visão estratégica do negócio. Afinal, quem deseja se relacionar com um player que favorece o adoecimento de seus trabalhadores e não investe em ações efetivas consistentes para mitigar esses riscos e evitar uma cultura tóxica?

Segundo a publicação “Conselhos de Administração: prioridades para a agenda de 2022”, da KPMG, os conselhos vivem um momento chave para auxiliar as empresas não só a reorganizarem suas operações para resistir ao período pós-pandemia, mas, sobretudo, para progredir e se tornarem pró ativas na resolução dos problemas complexos que afetam seus ambientes – interno e externo.

É prioritário gerir os riscos psicossociais que  elevam o estresse dos colaboradores. A ISO 45003:2021 oferece diretrizes para a adequada gestão de riscos psicossociais em um sistema de gestão de SSO baseado na ISO 45001. Assim, é possível seguir uma estrutura para desenvolver, implementar, manter e melhorar – de forma contínua – a saúde e segurança no trabalho. 

Colocar o bem-estar dos trabalhadores no ‘S’ da sua estratégia ESG, partes interessadas e reguladores estão atribuindo mais foco à ligação entre a saúde mental e o bem-estar dos funcionários, a lucratividade e sustentabilidade humana dos negócios. 

A saúde mental e o bem-estar dos funcionários são, portanto, uma prioridade estratégica de negócios e uma parte central da avaliação de negócios éticos e responsáveis. Mas, para muitos, não está claro como isso se encaixa em uma estratégia ESG. 

A saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores devem estar integradas na estrutura do ‘S’ dentro do ESG, inclusive, através de um sistema de saúde e segurança ocupacional. Isso auxilia a sustentar o sucesso da estratégia de negócios, favorecendo que outras ações e iniciativas ‘S’ sejam feitas através de ciclos de melhoria contínua. 

Nossa ambição é fornecer uma abordagem baseada em evidências para as empresas construírem e medirem o seu capital de sustentabilidade humana. Isso, por sua vez, pode se tornar uma parte crítica da avaliação não financeira de um negócio sustentável e resiliente, informando os relatórios ESG, de forma similar à lógica do carbono zero.

Não podemos mais ignorar os sinais da crise de energia humana com índices alarmantes de adoecimento mental que afetam as pessoas e os negócios, precisamos agir. Olhar para as pessoas significa olhar para o progresso: das pessoas, da economia e do desenvolvimento global. 

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