O número de trabalhadores com mais de 50 anos em Santa Catarina mais que dobrou em 15 anos, gerando um aumento de 161%.
Em 2006, dos 1,6 milhão de empregados no estado no mercado formal de trabalho, 153,6 mil tinham mais de 50 anos.
Já em 2021, eram 401 mil profissionais 50+ de um total de 2,5 milhões, o que significa que a participação desse grupo no estoque geral de emprego evoluiu 66,7%.
O levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), revela que o mercado de trabalho está seguindo uma tendência, irreversível, de envelhecimento da população.
Para se ter uma ideia, em nível nacional, nesse mesmo período, o número de profissionais 50+ aumentou 110,6%, enquanto o estoque geral cresceu 38,6%.
O ritmo de crescimento, portanto, foi quase três vezes maior que o geral. Em 2006, os profissionais 50+ ocupavam 12,6% do total de vagas no Brasil e, em 2021, eles já eram 19,1%.
Mudança demográfica exige requalificação dos trabalhadores
Em 15 anos, o número de brasileiros com mais de 50 anos aumentou 63,2%, indo de 34 milhões para 55,5 milhões.
Em 2006, os 50+ eram 18,2% da população geral e, em 2021, esse percentual tinha subido para 26%, crescimento de 43% na participação.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembra que profissionais que seguem se qualificando têm espaço garantido no mercado de trabalho:
“Temos a menor taxa de desemprego do país e a indústria é a principal responsável pela geração de postos de trabalho. Para quem não para de estudar, sempre há oportunidade de crescer, especialmente numa indústria moderna e inovadora como a nossa”.
Dos postos ocupados pelos 50+ em 2020 em todo o país, 38% eram por pessoas com ensino médio completo e 24,6% com superior completo.
O número de trabalhadores 50+ com mestrado e doutorado praticamente quintuplicou desde 2006, indo de 26,4 mil profissionais para cerca de 150 mil.
“Nós estamos entregando uma oferta cada mais completa de formação continuada, especializações e programas executivos que mantêm estes profissionais atualizados quanto às tendências mundiais do mercado. São cursos que auxiliam tanto na evolução da carreira, quanto na transição para quem busca novos desafios”, frisa o diretor de educação e tecnologia da FIESC, Fabrizio Machado Pereira.
Diferenças regionais
O estado tem 4,3% do total de trabalhadores 50+ do país. Metade dos trabalhadores brasileiros com essa característica estão na região Sudeste, mas foram as regiões Norte e Centro-Oeste que tiveram maior aumento proporcional nas contratações desse grupo entre 2006 e 2021, ao menos 129% e 132% respectivamente, enquanto a média nacional foi de 110,6%.
Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, esse é um cenário que precisa ser considerado na elaboração e implementação de políticas educacionais e de emprego:
“Requalificação é palavra-chave. Nos diferentes países, surgem iniciativas do governo, das empresas e de instituições de ensino, envolvendo estratégias para atualizar os profissionais ou mesmo recolocá-los no mercado”.
Todos os estados do Nordeste e do Sudeste tiveram um ritmo de contratações de 50+ abaixo da média, com exceção do Maranhão, que aumentou em 139,4%, e de São Paulo, com 118,6%.