No franchising, muitos empreendedores começam seus negócios sozinhos, ou com uma equipe muito enxuta: é claro que o franqueado conta com todo o suporte da franqueadora em termos de treinamentos, marketing e expertise de negócio, mas cada franqueado é em grande parte responsável pelas rotinas e processos diários de sua unidade.
Quando a demanda aumenta e os negócios crescem, o franqueado pode se ver, então, precisando contratar mais colaboradores e, como o mercado de franquias costuma ser o primeiro negócio na vida de muitos empreendedores, a falta de experiência pode fazer com o que o processo de seleção e contratação pareça um verdadeiro bicho de sete cabeças.
Mas não é preciso que seja assim: focando no essencial, o franqueado pode superar esse desafio e realizar uma excelente seleção de novos colaboradores – e ainda aprender no processo, estando mais preparado na próxima vez que essa demanda surgir. Abaixo, eu listo três medidas para garantir que isso aconteça:
Saiba (e deixe claro) do que a sua rede de franquia precisa
Ao perceber que precisa de mais ajuda para tocar o negócio, o empreendedor deve buscar entender exatamente que tipo de auxílio faria a diferença no momento. Idealmente, quais problemas ou demandas a nova pessoa contratada ajudará a resolver? Qual é a real necessidade da loja ou da unidade? Por que essa contratação se faz necessária neste momento? Isso tudo ajuda a definir quais cargos serão abertos, e a desenhar o perfil ideal do novo colaborador.
Uma vez respondidas essas questões mais amplas, coloque no papel todas as informações e detalhes sobre a função que o novo contratado vai desempenhar: quais serão as suas atividades e responsabilidades? Quais conhecimentos ou habilidades ele precisa ter para conseguir executar com qualidade essas tarefas? Quais dessas habilidades podem ser ensinadas após a contratação?
Na hora de divulgar, seja detalhista, explicando de forma concisa as informações listadas acima; mas também as características específicas da vaga: descreva responsabilidades, carga horária, local de trabalho (e se presencial ou remoto), faixa salarial, regime de contratação, previsão de contratação (é imediata?), o email ou plataforma para envio de currículo, e os requisitos obrigatórios (que podem incluir experiência prévia em cargo semelhante, ter disponibilidade para trabalhar aos finais de semana, e assim por diante).
Tenha em mente a cultura da empresa
O processo seletivo em si geralmente começa com a triagem de currículos, onde é possível verificar quais candidatos cumprem os requisitos básicos para avançar. Uma triagem criteriosa reduz o tempo necessário para se realizar entrevistas, portanto, é importante ter atenção nessa etapa. Já na fase de entrevistas, o responsável pela avaliação deve se atentar para aspectos que a avaliação de currículos não permite identificar, como habilidades comunicativas e valores.
Especialmente neste momento, é crucial ter em mente a cultura da empresa. Cada companhia tem sua própria cultura e valores essenciais, que não podem jamais ser ignorados no momento das contratações. Quais características a marca franqueadora valoriza em seus colaboradores? Quais qualidades o empreendedor acha fundamentais em sua equipe? Proatividade? Respeito? Foco na satisfação do cliente final? Um colaborador é um parceiro; e, para trabalhar em parceria, é necessário que os valores da equipe estejam alinhados.
Avalie o pós-contratação para evoluir o processo e reduza a rotatividade
O ideal, é claro, é que cada processo seletivo seja uma evolução do anterior: uma vez encerrada a seleção, tente avaliar o que deu e o que não deu certo, o que agilizou e o que atrasou as atividades; para realizar processos seletivos cada vez melhores no futuro.
Outro aspecto que vale reflexão é perceber que, no momento da contratação, o acompanhamento da performance e da carreira do colaborador está só começando. É comum que algumas vagas, especialmente as operacionais, tenham mais rotatividade que outras mas, mesmo assim, a equipe e o negócio vão ganhar muito se o empreendedor pensar em estratégias para reduzir a rotatividade e evitar ter que fazer vários processos para o mesmo cargo. Processos seletivos consomem tempo; e é sempre positivo manter no time talentos engajados, alinhados à cultura da empresa, e que já tenham tempo de casa suficiente para conhecer a fundo o negócio.