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Bancos tradicionais têm queda de 57% em movimentações

Foto: Max Schwoelk

Até dezembro de 2017, ao menos 99,8% transferências bancárias realizadas pela Transfeera, fintech de Joinville que fornece infraestrutura de pagamentos para empresas, se concentravam nos 5 maiores bancos brasileiros: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú, Bradesco e Santander.

Já em dezembro do ano passado, apenas 42,7% dos pagamentos considerando pessoas físicas e jurídicas tinham como destino os cinco maiores bancos, uma queda de 57% em 5 anos.

Os números foram levantados no estudo Market Share de Bancos 2023 que analisou um montante de 29.680.808 transferências bancárias realizadas pela fintech no período.

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal são os que mais vêm perdendo espaço. Em dezembro de 2017, o Banco do Brasil representava 33,1% das transações da fintech. No mesmo mês do ano passado, o número não passou de 5%

A queda dos bancos tradicionais se contrapõe ao crescimento do banco digital Nubank, que começou a aparecer na base de dados da fintech em abril de 2019, com 1% das transações, e chegou a 26,6% em dezembro do último ano.

Na linha de competição que o BCB vem provocando nos últimos anos, a gente saí de um histórico de concentração e um sistema legado de muitas décadas para um sistema mais dinâmico, Desde 2013, com a criação das Instituições de pagamentos, vemos as lacunas deixadas pelas grandes instituições sendo preenchidas por soluções majoritariamente digitais. A realidade de hoje no mercado é a de pluralidade de soluções e a verticalização focando em nichos e públicos que eram desatendidos. Agora, o cliente, seja ele empresa ou pessoa, tem larga quantidade de opções para escolher dentro daquilo que melhor se adequa às suas necessidades. Esse mercado em total ebulição é um mar gigante para competição e cooperação entre as diferentes instituições e agentes”, comenta Fernando Nunes, CEO e cofundador da Transfeera. 

Comparação do mercado PF e PJ

Na análise separando pessoas físicas e jurídicas esses números comprovam a crescente preferência por bancos digitais que buscam inovar de forma constante. 

Destaca-se o fato de que, no quesito de transferências para pessoas jurídicas, Itaú e Santander se mantiveram estáveis em suas respectivas parcelas de mercado.

Enquanto isso, os outros três grandes bancos sofreram quedas significativas como Caixa Econômica Federal (-20,39%), Bradesco (-16,28%) e Banco do Brasil (-16,19%). Individualmente, Nubank e Itaú concentram o maior volume de transações. 

Considerando apenas transações feitas para pessoas físicas, os grandes bancos caíram 57,5% em 5 anos. Em contrapartida, o Nubank, que entrou na base da empresa somente em 2019, passou a dominar quase um terço das transações em dezembro do ano passado.

Seguindo essa comparação, porém agora no cenário do sistema de pagamento instantâneo, o PIX, a partir de abril de 2021, com a possibilidade de cobranças oferecendo QR codes pela Transfeera para pessoas físicas, o Nubank se destacou com 27% em recebimentos de pessoa física por banco.

No quadro de recebimento de pessoa jurídica por banco, em maio de 2021, 100% das operações eram dominadas pelo Santander, porém em dezembro do ano passado, PagSeguro (12,93%) e Nubank (12,09%) lideram, apesar de a operação estar bem distribuída entre diferentes players.

Comparando os dados da Transfeera com os dados do Banco Central, percebemos a profundidade que o Pix atinge nas transações entre pessoas físicas, o que, ainda, não se repete quando falamos de transações de pessoas para empresas ou de empresas para pessoas. As agendas evolutivas do Pix e do Open Finance devem contribuir para uma nova onda de crescimento dos pagamentos instantâneos, entretanto, os entes do mercado também precisam fazer a sua parte propondo inovações para esse arranjo. A experiência do usuário com Pix é um ponto que precisa de muitas melhorias, realizar um pagamento usando um cartão com aproximação é muito mais simples do que fazer um Pix. Além de experiência, estamos falando de segurança, velocidade e um fluxo de caixa em tempo real, sem necessidade de pagar taxas relevantes para antecipação ou ter de esperar dias para poder receber o dinheiro do seu intermediador“, explica.

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