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Inovação na nova aposta da Apple

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Foto: Daniel Zimmermann.

Eu gostaria de falar sobre os aspectos de inovação que podem ser percebidos a partir do processo de desenvolvimento e da estratégia de lançamento do Vision Pro, a nova plataforma de Realidade Mista da Apple.

Especialmente um número salta aos olhos: 5.000 patentes foram registradas ao longo dos 9 anos de projeto do novo produto e seu sistema operacional.

Patentes que envolvem inteligência artificial, processamento de imagens, mapeamento volumétrico em tempo real, acompanhamento da trajetória dos olhos para selecionar ícones, modelagem sonora, entre muitas outras inovações.

Na verdade, a Apple está lançando um novo ecossistema computacional, envolvendo produtos, sistemas operacionais, plataformas de desenvolvimento e ambientes de interação.

Tanto que o lançamento foi feito durante a WWDC, evento focado nos desenvolvedores de software. E o produto ainda levará mais de 6 meses para chegar ao mercado, para dar tempo para que os aplicativos, jogos e plataformas possam ser desenvolvidos.

Outro aspecto dessa estratégia foi o posicionamento de preço e produto. A Apple lançou uma versão PRO do dispositivo, voltada a profissionais e entusiastas. Assim se estabelece o desenvolvimento no topo do mercado, para, depois, disseminar para outros segmentos com produtos mais acessíveis.

Essa estratégia foi aplicada no iPod, no iPhone, no Apple Watch, com muito sucesso.

E o Vision Pro não é nada barato. 3500 dólares, que no Brasil deve ser algo em torno de 30 mil reais, limita muito o acesso ao produto, ao mesmo tempo em que desperta desejo. E o Desejo é um grande impulsionador de consumo.

Nem todos lembram, mas quando lançou a primeira versão do Apple Watch, a Apple chegou a ter um modelo em ouro que custava mais de 10.000 dólares.

A estratégia da Apple é construir o ecossistema a partir do topo e, em vez de lutar por Market Share, ou seja, participação de Mercado, o foco é conquistar o PROFIT SHARE, que significa capturar a maior parte do lucro do segmento. Em todos os segmentos em que atua, é assim.

E, muito interessante, a palavra METAVERSO não foi citada nenhuma vez na apresentação do novo produto. Isso mostra que a Apple quis construir uma proposta de valor que sobrevivesse apesar do Metaverso. Mas, sim, o Vision Pro pode tanto ser um impulsionador do Metaverso quanto se beneficiar muito do seu crescimento. Mas o Metaverso, com conceito, ainda precisa evoluir muito, assim como os dispositivos concorrentes do Vision Pro.

A Apple, com suas 5.000 patentes registradas para desenvolver um novo ecossistema de computação espacial, mostra que ainda tem muito fôlego para inovar. E que está pensando no longo prazo para construir essa nova plataforma, para criar novas experiências e enriquecer a vida das pessoas através da tecnologia.

Não é a primeira vez que a Apple entra em um segmento de mercado para gerar um salto qualitativo, apontar para o futuro e ajudar todo o mercado a se desenvolver.

Nos próximos meses e anos, devemos ver uma aceleração na evolução das tecnologias de realidade aumentada e realidade virtual, e isso pode ser muito bom para diversos segmentos.

O campo para inovar nessa área está totalmente aberto.

Inovação que envolve desenvolvimento de novas tecnologias, e registro de patentes para novos processos, soluções e produtos.

E na sua empresa? Quantas patentes são registradas a cada lançamento de produto? Como a inovação está acontecendo de verdade?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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