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Como essa empresa aumentou 30 vezes o faturamento com exportação de serviços de tecnologia

Foto: Divulgação

Com mais de 20 anos de mercado, a WTM International pivotou sua atuação  em 2021 e se tornou um marketplace de importação e exportação de serviços de tecnologia. 

Naquele ano, a empresa começou a coletar valores em reais no Brasil em nome do cliente, realizar esses pagamentos para o exterior em nome do cliente e fazer o recolhimento de impostos também em nome do cliente.

Isso gerava a necessidade das empresas fazerem as declarações acessórias, depois que elas faziam as compras, porque elas estavam figurando como sendo as importadoras dos serviços que compravam.

A mudança rendeu à empresa, no ano passado, um faturamento 30 vezes maior em relação a 2021.

Para saber mais sobre as tendências do mercado de serviços de tecnologia e próximos passos da empresa, o Economia SC Drops conversou com Lisandro Vieira, fundador e CEO da WTM International, especialista em pagamentos internacionais de serviços de tecnologia. Ele também é conselheiro da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) e diretor do GT de Internacionalização da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). Leia na íntegra:

Como surgiu o insight para o modelo de negócio?

Lisandro: Nossa empresa tem 20  anos de mercado, porém o atual modelo de negócios surgiu a partir de 2021, quando vimos que havia um nicho a ser explorado. Hoje somos um um marketplace que une compradores e vendedores de software entre países, tendo a vantagem de trazer a expertise sobre impostos, ajudando os clientes a economizarem e melhorarem suas compras. Podemos dizer que vem dando muito certo, pois nosso faturamento em 2022 foi 30 vezes maior do que no ano anterior. 

Quais os principais benefícios em exportar e importar serviços de tecnologia?

Lisandro: Essa é uma tendência cada vez maior em um mundo globalizado. O que se produz em termos de conhecimento tecnológico aqui no Brasil pode ganhar o mundo, assim como nós também importamos muito do que é produzido lá fora. Exportar é importante por permitir dolarizar as receitas. Isso permite com que as empresas brasileiras tenham maior capacidade de competição com as estrangeiras, principalmente para manter a mão de obra, já que tem havido muita procura por profissionais brasileiros. Do ponto de vista da importação, é importante para termos acesso a algumas tecnologias de ponta. Eu acredito que o ideal é haver um equilíbrio entre as duas coisas.

Quais foram as estratégias usadas no decorrer dos anos para atingir a marca de mais de 4 mil clientes em diferentes países?

Lisandro: Em 20 anos de atuação no mercado, nossa empresa já passou por diferentes fases. Nosso foco atual é na internacionalização. Atualmente, possuímos unidades nos EUA, Canadá, Emirados Árabes Unidos, México, Peru, Portugal e Uruguai. Ao longo da nossa trajetória, atendemos grandes empresas, como Fretebras, Omie, Maxmilhas, Méliuz, Brasil Paralelo, Quiron, Gerdau e RD Station. Nossa estratégia sempre foi estar atentos às necessidades dos clientes, por mais inovadoras que elas fossem. Frequentemente, estamos em busca de soluções ainda pouco utilizadas, para resolver os problemas sempre em primeira mão

Quais os serviços mais exportados e os mais importados?

Lisandro: Na exportação, o maior destaque dos nossos clientes são os Softwares as a Service (SaaS) e, em seguida, os softwares mais tradicionais, como as licenças de uso. Na importação, há uma grande demanda por cloud (servidores na nuvem). Mas também há muita importação de serviços de cibersegurança, educacionais e anúncios em rede social. 

Quais são os diferenciais que o Brasil e a WTM oferecem que fazem a exportação desses serviços ser procurada por países do mundo todo?

Lisandro: Em relação ao Brasil, é importante destacar que o nosso país tem profissionais de tecnologia respeitados em todo o mundo. O grande desafio é passar a vender mais os softwares prontos, com valor agregado, e não apenas a nossa mão de obra. Quanto à WTM, nós atendemos empresas de portes variados. Esse mix é um diferencial. Outro ponto importante a ser destacado é que a exportação e a importação de serviços costumam gerar uma série de dúvidas nos empresários. Nosso trabalho é facilitar isso. Oferecemos uma solução em que os clientes fazem um único pagamento, eliminando todo o trabalho burocrático. Fazemos a gestão completa, incluindo as obrigações acessórias, que costumavam gerar muita dor de cabeça. 

Essa questão de importar e exportar serviços pode ser vista como uma tendência de mercado? O que podemos esperar? 

Lisandro: Não há dúvida de que esse mercado vai seguir crescendo. Explico o porquê. A pandemia de Covid-19 gerou uma série de impactos no consumo. Passamos do consumo de bens para o de serviços. Um exemplo é o carro. Muita gente vendeu o seu e passou a se transportar por meio de aplicativos ou do aluguel de veículos. O jornal de papel virou um aplicativo no celular. Antes tudo isso era algo tangível, agora não. A pandemia acelerou esse consumo de bens intangíveis. Hoje, há uma série de plataformas que são consumidas no mundo todo, tais como Netflix, Spotify e Airbnb. No Brasil, esses são serviços que a gente importa. Então, é preciso que as empresas nacionais tenham consciência desses movimentos para que nossos serviços intangíveis também possam ser vendidos lá fora. 

Quais os próximos passos da empresa?

Lisandro: Estamos preparando uma grande novidade, em parceria com a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). Vamos apresentar no Startup Summit, em Florianópolis, em agosto. O que eu posso adiantar é que ajudará e muito as startups em busca de internacionalização. Aguardem.

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