Por Geraldo Campos, CEO da Sapienza, e Luciano Bitencourt, jornalista.
As instituições de ensino superior acolhem hoje gerações nascidas com a internet e acostumadas a usar dispositivos eletrônicos onde o acesso a todo o tipo de informação está, literalmente, na ponta dos dedos. São estudantes que desejam atuar no processo da própria aprendizagem e buscam entender o propósito por trás das atividades às quais são estimulados a fazer.
Especialista em inovação pedagógica, a professora Beatriz Bonadiman, da Unochapecó, considera essencial olhar para o processo formativo dos professores universitários, que agora precisam lidar com dinâmicas muito diferentes de ensino para engajar um tipo de estudante menos interessado em longas exposições de conteúdo.
Doutora em bioquímica, Beatriz coordena o curso de graduação na área e tem buscado entender os perfis de quem está nas salas de aula. Segundo ela, estimular a ação é um dos pontos-chave para envolver as novas gerações em processos de aprendizagem. E o empreendedorismo é um dos componentes desse perfil de estudante.
“Os nossos alunos hoje são extremamente criativos, são extremamente inteligentes, eles querem ser desafiados, eles querem que os professores levem [para a sala de aula] coisas diferentes, que eles nunca viram, eles têm fome disso”, avalia.
No workshop de inovação e empreendedorismo para professores, desenvolvido pela Sapienza, ela e outros 60 professores de universidades e instituições que oferecem cursos técnicos na região de Chapecó puderam pôr em prática métodos e ferramentas para lidar com o cenário desafiador na educação.
O evento promovido pela Câmara Técnica de Instituições de Ensino Superior do ecossistema de inovação de Chapecó, em parceria com o Sebrae e a Polo Palestrantes, surgiu da demanda por capacitação de professores identificada pelo próprio setor.
A partir de conceitos sobre empreendedorismo e inovação, o workshop foi estruturado com ferramentas, como o Canvas do professor, e metodologias para desenvolver startups nas universidades e criar jogos para a educação empreendedora.
Para Humberto Tosta, professor e coordenador do Empreende UFFS, movimento de promoção da cultura de empreendedorismo e inovação no Campus Chapecó da Universidade Federal Fronteira Sul, este foi um dos eventos importantes do ecossistema, com inserção grande de participantes envolvendo as instituições de ensino superior da região.
Ao longo de quase uma década, Humberto coordena ações de empreendedorismo em disciplinas de cursos superiores, empresas juniores, incubadoras, projetos e acordos de cooperação para estimular o ecossistema local de inovação.
“O evento trouxe um importante momento de contato com outros professores, outras experiências dentro das universidades. As oficinas práticas são uma oportunidade de promover boas reflexões com base em ações objetivas e ferramentas bastante úteis”, sintetiza Humberto.
Considerado muito produtivo pela quase totalidade dos participantes, o workshop de inovação e empreendedorismo para professores é uma iniciativa que Humberto Tosta deseja ver de maneira recorrente na região.
A Sapienza oferece programas de capacitação para professores em todo o país, entendendo as instituições de ensino como ecossistemas com potencial de inovação pedagógica, empreendedorismo acadêmico e ambientes de estímulo a novos processos e negócios.