Ajudar os tutores a compreender o comportamento e ansiedade dos seus cães de estimação é o objetivo do Dog sem Neura.
Nascido no curso de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o projeto de inovação participou do Programa Nascer de Pré-Incubação de Ideias Inovadoras para o Ecossistema Catarinense de Inovação – III e recebeu R$ 20 mil no pitch final do programa.
De acordo com Lucélia Hauptli, professora do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural do Centro de Ciências Agrárias (CCA/UFSC), os tutores responderão perguntas específicas no aplicativo para identificar sinais da síndrome de ansiedade por separação (SAS) em cães e qual o grau de gravidade através de uma escala. E terão possíveis soluções para amenizar o problema.
Além de Lucélia, fazem parte do projeto os professores Priscila Oliveira Moraes e André Luis Ferreira Lima, do mesmo departamento, e a estudante do curso Bruna Queiros Rossignatti. O projeto está em fase de finalização do protótipo para então ser colocado em teste.
“Através de questionários sobre comportamento de cães e revisão sistemática da literatura, concluímos que aproximadamente 40% dos cães apresentam algum sintoma de ansiedade por separação de acordo com os seus tutores. Ou seja, há um problema comportamental claro em cães dentro dos lares com suas famílias humanas. Logo, o problema é a angústia que o tutor de um ou mais cães passa com a percepção da ocorrência de SAS no seu pet”, explicou a professora.
Segundo os pesquisadores, a rotina dos tutores faz com que os cães permaneçam cada vez mais presos em apartamentos, em ambientes restritos e sozinhos, o que difere do que seria seu ambiente natural. Então passa a não conseguir expressar os comportamentos específicos da espécie.
“O resultado é o comprometimento da qualidade de vida do cão, trazendo problemas e angústias ao tutor, como: um cão estressado, problemas dentro das residências (comportamento destrutivo, cocô e xixi em locais inadequados), problemas com vizinhança (queixas de vizinhos devido a latidos e uivos). Logo, a ideia do aplicativo é fornecer uma interação com os tutores, auxiliando na percepção da SAS e auxiliando com informações de como lidar com a síndrome, amenizando os sintomas”, complementa.