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Brand equity, visão de futuro e o X da questão no Twitter

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Foto: Daniel Zimmermann.

Uma grande conquista para uma marca é se tornar sinônimo da categoria. Gillette é o nome das lâminas de barbear, Durex é fita adesiva, Band-aid é curativo. E as marcas podem virar sinônimo da ação realizada. Procurar alguma coisa na internet é “dar um Google”.

Esse nível de reconhecimento é um dos principais indicadores do valor da marca, que tecnicamente chamamos de Brand Equity. Envolve os ativos da marca, suas relações com as pessoas, como a sua percepção e diferenciação é traduzida em valor financeiro.

Pois essa semana vimos um movimento que vai contra tudo isso, e merece uma análise: Elon Musk rebatizou o Twitter como X.

Em uma tacada, praticamente eliminando o que foi construído em 17 anos de Twitter, o que na web é uma eternidade.

Uma marca que virou sinônimo de categoria, que virou verbo (twittar), designação de internauta (tuiteiro), e referência para saber o que estava acontecendo de verdade no mundo.

Sim, Elon Musk é um dos homens de negócios mais bem sucedidos da história.

Foi sócio, liderou e lidera empresas bilionárias, com produtos e serviços que transformaram ou estão transformando seus setores. Paypal, Tesla, Space-X, Neuralink, Starlink e OpenAI.

Sem dúvida nenhuma, tudo que ele faz desperta atenção e interesse pelo mercado.

Mas existe uma frase famosa no meio financeiro que diz: “sucessos passados não são garantia de resultados futuros”.

O objetivo de Elon Musk com essa mudança radical no Twitter é apontar para um novo foco: Transformação da plataforma de microblogs em uma Super App, nos moldes da chinesa WeChat.

O WeChat começou como app de comunicação e evoluiu para se tornar o aplicativo que faz tudo na China. As pessoas usam como mídia social, para fazer pagamentos, agendar compromissos, reservar hotéis e viagens, chamar táxis, vender produtos, e até criar novos negócios. Algo facilitado e incentivado pelo governo chinês, que monitora o uso do app de forma muito próxima.

Nenhum aplicativo ocidental conseguiu essa façanha até agora. Elon Musk está apostando que é capaz.

Mas X não é a única empresa que está perseguindo o modelo de Super App. E vale lembrar que as Super Apps chinesas não nasceram de sites de micro blogs (como o Twitter), mas sim de aplicativos de mensagens.

Uma empresa que tem aplicativo de mensagens com atuação global é a META, com o Whatsapp. O lançamento do Threads, mostrou que eles têm capacidade de escalar serviços rapidamente.

E, assim como eles fizeram o lançamento do Threads praticamente sem spoilers, é possível que exista um time desenvolvendo o Super App da META neste momento.

Até agora, parece que Elon Musk está tomando atitudes na sua empresa de Mídia Social como se tivesse um runway infinito e nenhuma concorrência… E, com isso, surgem as questões: Será que ele é mesmo infalível? Será que ele está vislumbrando uma saída para a empresa que vai surpreender a todos?

Deve custar muito caro, Pode levar muito tempo. Mas, sim, é possível que ele tenha sucesso.

Os próximos capítulos serão interessantes. E quem quiser, vai poder acompanhar no X…

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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