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Florianópolis e seu DNA inovador

Foto: divulgação.

Por Guido Boabaid May, psiquiatra e CEO Gntech.

Há quase 12 anos, quando eu e minha esposa, Paula Boabaid May, trouxemos dos Estados Unidos para o Brasil a tecnologia de ponta em farmacogenética, ciência que une a farmacologia e a genética para alcançar a prescrição médica assertiva para cada indivíduo via estudo do DNA, apostamos em Florianópolis como um berço promissor para difundir esta ferramenta de revolução nas prescrições de tratamentos medicamentosos, em especial os das doenças da mente. E não poderíamos ter instalado nosso negócio num ambiente mais fértil para a inovação. Pouco mais de uma década depois, registramos que o maior banco de dados farmacogenéticos do Brasil, que são as informações genéticas e a sua correlação com a eficácia, segurança e tolerabilidade de 237 medicamentos, está na capital catarinense e é resultado da observação de resultados de testes de mais de 13 mil indivíduos.

Estamos num estado que, segundo dados do SEBRAE/SC de 2022, abriga 17 mil empresas de tecnologia, 15 centros de inovação e oito parques tecnológicos. Comprovando o DNA inovador da Florianópolis, onde estão 37% de todas as startups catarinenses, o GnTech, que nasceu como uma destas centenas de startups buscando seu lugar ao sol, hoje é uma healthtech que realiza 80% de todos os testes farmacogenéticos feitos no país. Aliando equipamentos importados dos fornecedores mais avançados neste setor com mão de obra extremamente qualificada para a operação do laboratório, tornamos Florianópolis referência nacional com padrão internacional. E precisamos reconhecer a importância deste avanço para o cenário inovador do estado, ao mesmo tempo que podemos nos orgulhar do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, da tecnologia exclusiva de encapsulados da Nanovetores ou até mesmo a produção de motores para a SpaceX pela WEG.

Ainda temos que levar em consideração que a farmacogenética leva benefícios a um público considerável. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão é a segunda maior causa de afastamento do trabalho no mundo e primeira no Brasil, onde 5,8% da população, ou seja, mais de 11 milhões de pessoas, apresentam o transtorno. Logo, na prática, podemos dizer que o GnTech contribui também com o bom funcionamento de toda uma cadeia produtiva. Isso porque segundo dados publicados por Winner e colaboradores na revista Translational Psychiatry, em 2013, os pacientes com transtornos das doenças da mente que alinham seu tratamento com o seu DNA faltam até 4 vezes menos ao trabalho.

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