O termo cultura da inovação já faz parte do universo dos negócios. É o que revela pesquisa divulgada pela ACE Cortex.
O levantamento contou com a participação de funcionários de pequenas, médias e grandes empresas de 15 setores produtivos.
A pesquisa apurou que 91% dos entrevistados estão familiarizados com o tema cultura da inovação, mas apenas 52,4% dizem que a empresa trabalha com o tema num grau de maturidade satisfatório. Outros 46,2% admitem que é preciso avançar bastante nessa pauta.
Para Sidney Hamada, diretor de ecossistema da Blusoft/Acate e fundador da Straas e Cocriar, um dos caminhos para tornar as empresas inovadoras é investir na mudança de cultura para quebrar o chamado ciclo de insanidade:
“Insanidade é querer resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas. As pessoas entram num ciclo vicioso, de repetir sempre os mesmos processos e atitudes, e acabam se fechando, não parando para refletir mais sobre os rumos da empresa, sobre o que os clientes querem, quais as tendências do mercado e deixam de inovar. A inovação, cabe esclarecer, não é rocket science, na verdade ela tem mais a ver com a cultura da empresa”.
Para ele, no contexto das pequenas e médias empresas, um dos maiores desafios é tornar esses negócios aptos à inovação:
“O princípio da inovação é se questionar. A partir disso, um dos primeiros passos é identificar os profissionais com perfil inovador, aqueles que pensam diferente, que tem uma postura mais questionadora. São esses que tomarão a frente dos projetos inovadores e da cultura da inovação na empresa. Importante também dar condições para esse time, como infraestrutura e autonomia”.
Ele aponta que o terceiro passo para sair do ciclo da insanidade e inovar é entender que este é um processo de médio e longo prazo:
“Muitas empresas acham que se tornarão inovadoras em um ano, com um projeto, não é assim. É preciso ter estratégia e compreender que a cultura da inovação não é um tsunami, que atinge e varre toda operação. Está mais para uma mudança gradual e contínua do curso de um rio”.
Sobre os investimentos em inovação para pequenas e médias empresas, o especialista decreta: não precisa ter um grande orçamento.
“Inovar é não é sobre colocar robôs na operação da sua empresa, é olhar para dentro de casa, rever processos e se questionar se o modus operandi que está sendo feito há cinco anos não poderia ser melhor. Analisar o que pode ser melhorado internamente. Inovar é também observar seus pares, o que as empresas estão fazendo e rever seus próprios processos a partir de boas práticas identificadas nesse benchmarking”.
No próximo dia 23 de agosto, ele vai ministrar uma palestra sobre quebrar o ciclo da insanidade: inovação para não ser só mais um no mercado dinâmico da tecnologia, na abertura da primeira edição do Conexão WK.