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Precisamos falar sobre a saúde emocional dos líderes

Foto: divulgação.

Por Juci Nones, mentora, treinadora de líderes e equipes, palestrante comportamental e escritora.

As discussões sobre saúde emocional no trabalho têm se intensificado nos últimos anos, notadamente após o início da pandemia de Covid-19 e todas as consequências trazidas por ela. Porém, o foco muitas vezes é direcionado para os colaboradores e as lideranças são colocadas de lado nessa discussão. Uma pesquisa realizada pela The School of Life demonstrou que 64% dos líderes têm ansiedade e 48% sofrem com estresse diagnosticado – além de outros problemas como insônia, burnout e depressão. 

A grande questão é que as lideranças precisam lidar com pressões que vem de muitas direções: de um lado, é preciso gerenciar uma equipe e as situações diárias, estejam elas relacionadas ou não diretamente ao trabalho. De outro, existe a cobrança por produtividade e resultados que vem dos níveis superiores ou do próprio mercado. Considerando isso, a saúde emocional de quem ocupa cargos de liderança também se torna um tema prioritário.

Além das melhorias no bem-estar e no trabalho, o investimento na saúde emocional dos líderes promove outro ganho: o de produtividade. Um grupo liderado por alguém que sabe se comunicar de forma eficaz, domina sua inteligência emocional e motiva pela inspiração, consequentemente amplia os resultados da equipe. Uma liderança que sabe lidar com as emoções é capaz de impulsionar a equipe, construir um ambiente de trabalho mais saudável, pois melhora-se inclusive a comunicação, gestão de conflitos e  isso ajuda a alcançar resultados incríveis”, explica a mentora, treinadora de líderes e palestrante comportamental Juci Nones.

O choque de gerações é outro fator que pode  implicar no desequilíbrio da saúde emocional dos líderes. Afinal, gerenciar pessoas com mais idade e experiências pode ser um desafio. É necessário que o líder tenha inteligência emocional bem desenvolvida e uma comunicação eficaz para mediar as diferenças, não só de gerações, mas de perfis comportamentais. O líder jovem, quando coordena pessoas mais velhas, pode, por exemplo, usar a experiência e a maturidade profissional que eles têm a favor do time e da organização.

Outro ponto são as questões de fora do trabalho e que impactam no dia a dia dos colaboradores – com as quais os líderes acabam precisando lidar. O líder não poderá tomar as dores de cada colaborador na íntegra, no entanto, se ele não aprender a desenvolver pessoas – e para isso ele precisa aprender a desenvolver a si mesmo – terá muito maior dificuldade de engajar, motivar e comprometer o time. 

Uma ação fundamental para os líderes, portanto, é olharem para si mesmos com prioridade. É quase como aquele alerta de segurança do avião: primeiro você veste a máscara de oxigênio, depois ajuda outra pessoa. Desenvolver constantemente o autoconhecimento e encontrar maneiras de “esvaziar o balde” diariamente, ou seja, ter atitudes que limpam a mente e mantêm o corpo saudável, são caminhos para ser um líder com a saúde emocional em dia. O líder precisa entender que o foco não é no outro, é em si mesmo. Quando ele muda, ele melhora, se cuida, entende o quanto pode permitir e cobrar de cada pessoa da equipe, ele fica consciente para entender como vai desenvolver o seu time.

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