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Brasil: independência e desenvolvimento

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Foto: Bia Santana/Pexels.

Será que o Brasil é realmente independente?

Os estudiosos de história sabem que a Independência, declarada em 1822 por D. Pedro I, foi apenas de fachada, sem mudar o status quo de verdade. 

O Brasil, infelizmente, tem uma história de acomodação de interesses para manter o status quo intocado. E isso fez com que a terra “descoberta” em 1500 pelos portugueses, e tratada por mais de 300 anos como Colônia de exploração, tenha continuado, em muitos aspectos, sendo exatamente isso: Uma colônia de exploração. 

O fato é que, apenas para citar um exemplo, atualmente, a balança comercial do Brasil é dominada por commodities, alimentos não processados, minérios e outras matérias-primas. Nenhum desses itens tem valor agregado. Nenhum desses itens tem MARCA.

E sabe o que os países realmente desenvolvidos fazem? Agregam valor, criam marcas e distribuem seus produtos globalmente. 

Você sabia que a balança comercial de bens produzidos por atividades classificadas como de alta intensidade tecnológica experimentou déficit de US$41,9 bilhões em 2022? E que  na faixa de média-alta intensidade tecnológica, houve déficit de 82 bilhões de dólares? Isso significa que o Brasil exporta matéria-prima e importa produtos de valor agregado. Esse modelo é incapaz de construir um país desenvolvido. É matematicamente impossível, simples assim. 

Enquanto isso, o Brasil, como MARCA, ainda é percebido predominantemente apenas como um lugar de belas paisagens, carnaval, samba e futebol. E as poucas e louváveis  exceções a esse padrão apenas comprovam a regra.

Pois é… Temos um potencial gigantesco que não é realizado. O que precisamos fazer?

É preciso pensar numa escala muito maior. É necessário pensar em longo prazo. E é imprescindível construir projetos de estado, que não são vinculados às conveniências políticas do momento.

Um grande exemplo de como isso foi aplicado na prática foi o que os Estados Unidos fizeram em 1945, logo após o fim da II Guerra Mundial. Para alinhar o foco do país, Vannevar Bush, que era Presidente do Conselho de Pesquisa e Desenvolvimento Norte-Americano, elaborou um plano estratégico chamado: “Ciência, A Fronteira sem fim”. 

Nesse plano foi definida toda a estratégia americana para colocar a ciência como motor do desenvolvimento econômico, com o governo impulsionando a iniciativa privada para o desenvolvimento de soluções em grande escala. 

Foi isso que tornou possível a criação do Vale do Silício, que hoje conhecemos, e muitas outras iniciativas de desenvolvimento tecnológico do país. A partir dessa estratégia global nasceram o transistor, o microprocessador, o computador pessoal, a internet, e muitas outras inovações que transformaram a realidade da humanidade na era da informação. E enriqueceram muito os Estados Unidos. 

O que o Brasil precisa fazer? Exatamente isso. Uma grande estratégia nos moldes do plano de Vannevar Bush, que seja efetivamente implementada, criando bases para a educação tecnológica, a reindustrialização, o fortalecimento da indústria de transformação de alto nível, construção de infra-estrutura em larga escala, e a revolução tecnológica da sociedade, expandindo a presença dos produtos brasileiros de valor agregado, das marcas brasileiras e transformando o Brasil em um país desenvolvido de verdade.  

Quanto tempo é preciso para isso acontecer? Depende do plano.  E você? Já imaginou viver em um Brasil realmente desenvolvido e independente?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing e fundador da Nexia Branding.

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