Por Hane Louise Sabel, diretora administrativa da Thermo Star.
Acompanhar os desdobramentos e a evolução da infraestrutura de distribuição no Brasil é mais do que um diferencial, mas uma necessidade de quem atua no setor. Enquanto executivo de uma empresa que opera diretamente na cadeia de suprimentos, com soluções para refrigeração do transporte, algumas questões passaram a estar no meu radar de decisões diárias.
Neste ano já nos deparamos com os efeitos do Euro 6, que trouxe impacto direto no custo de aquisição de novos veículos de transporte e, mais recentemente, com o aumento do debate sobre a eletrificação da frota que circula pelo país. É sabido que este é um debate de várias vertentes, especialmente quando se fala na infraestrutura necessária para tornar a logística a partir de caminhões elétricos mais viável.
Um levantamento recente de órgãos como a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) apontou que 83% dos fornecedores acreditam no aumento da disseminação da eletrificação no Brasil.
Ainda sob este aspecto, notícias recentes dão conta da abertura de fábricas especializadas em caminhões elétricos no país. Marcas estão apostando no potencial brasileiro e, mais do que os veículos em si, a cadeia de suprimentos relacionada a eles também tende a ganhar neste cenário, se estiver disposta a se adaptar e aproveitar as oportunidades.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, 66% dos executivos ouvidos entende que o país está engatinhando em relação ao desenvolvimento de peças e componentes para veículos elétricos. Mas a expectativa de 28% deles é de que o país vire um centro de exportação destes produtos.
Para que isso se torne realidade, não falta potencial no Brasil, local de empresas inovadoras e reconhecidas em diversos países pela sua qualidade produtiva. Tornar-se também uma referência em componentes dessa cadeia de suprimentos do setor automotivo, especialmente no que diz respeito aos caminhões, vai depender do tino empreendedor já presente na veia do executivo brasileiro.
É hora de olharmos para as novas páginas que o setor brasileiro oferece, com a certeza de que temos um grande potencial para amplificar a oferta de componentes para eletrificados, colocando o país na vanguarda, como já é em outros aspectos.
Atualmente, os quase 20 países em que atuamos nos dão a certeza de que a nossa expertise e qualidade são reconhecidas. E, no mercado de elétricos, já ingressamos com a certeza de que inovar é uma necessidade diária para os negócios – não será diferente no processo de eletrificação da mobilidade do país.