Desde que deixei a minha carreira na iniciativa pública, na área de serviço social, para ingressar em um desafio de co-empreender no mercado de tecnologia, muita coisa mudou. Inicialmente, minha atuação foi totalmente baseada no setor administrativo: “organizar a casa”, iniciar um setor de RH, manter a infraestrutura da Ellevo rodando enquanto o fundador, Carlos D’Avilla, cuidava da tecnologia e do relacionamento com os clientes dentro deste viés.
Mas o empreendedorismo não é uma conta exata, muito menos um caminho previsível. Ele exige e proporciona desafios e oportunidades com a mesma intensidade e fica a nosso cargo definir se vamos permanecer onde estamos ou aceitaremos caminhar por projetos que vão nos fazer crescer e aprender de forma dinâmica e potencialmente árdua.
Foi nessa situação que me vi, há cerca de cinco anos, quando assumi a liderança de um projeto de desenvolvimento de um novo produto. Até então, já contávamos com um software on-premise consolidado e robusto, utilizado em grandes companhias do país e multinacionais. Mas entendemos que era fundamental evoluir.
E, mesmo que eu não entenda a questão técnica que envolve as linhas de código, sempre me envolvi com o negócio e o modus operandi dos nossos clientes, suas dificuldades e oportunidades para atuarmos neles. Foi a partir daí que decidimos criar o Ellevo Next, uma plataforma SaaS, com uma premissa bastante diferente do que fazíamos até então.
Nos últimos cinco anos, a construção e as melhorias dentro deste projeto me ensinaram muito e me ajudaram a evoluir na minha carreira de forma significativa. Tanto é que tive a oportunidade de contar minha história em duas publicações: os livros Gestão e inovação em tecnologia na visão dos líderes de alta gestão e Liderança Feminina, ambos da Alta Gestão European Academy, esse último lançado em Portugal no último ano.
Essa jornada me proporcionou importantes lições, que compartilho aqui:
- Tecnologia não basta, é preciso um conceito: quando começamos o projeto do Ellevo Next, sabíamos as questões técnicas que eram importantes, como o modelo SaaS, a facilidade de acesso em multiplataformas e a necessidade de dashboards e campos intuitivos em um design atrativo. Mais do que isso, no entanto, eu entendi que a tecnologia vem embarcada em um conceito. Ela precisa resolver problemas e deve levar em consideração o mercado para não se tornar obsoleta. Foi assim que o sistema, que pode ser usado por empresas que têm a partir de 3 pessoas até mil funcionários. Ele proporciona rastreabilidade, visibilidade e previsibilidade das atividades diárias das empresas, que podem controlar seus fluxos e mensurar sua capacidade de crescimento, fazendo mais com menos.
- Seja global, mesmo que seu negócio ainda não seja: além do português, o Ellevo Next já tem versões em português, inglês e espanhol e capacidade de tradução para outras línguas. Isso significa que eu trouxe um pensamento global ao projeto. Mesmo que a sua empresa ainda não esteja em outro país, talvez o seu cliente esteja ou em breve seu negócio estará. Esteja atento a isso.
- Inove ou morra na praia: por mais que sejamos uma empresa consolidada, entendi que movimentar a nossa postura com um novo projeto foi fundamental para garantirmos um futuro próximo. E é isso o que desejo e indico para outros empreendedores. Pense na perenidade da empresa e inove com este foco.
Por fim, acredito que compartilhar conhecimento com outras pessoas através dos livros e de espaços como este é um dos pontos mais importantes para mim. Porque sinto que posso contribuir com colegas que também possuem os mesmos medos ou desafios que eu tenho empreendendo e que juntos podemos ser mais fortes e crescer com colaboração.
Agora, meu foco é seguir na melhoria contínua da nossa nova plataforma e manter um radar atento à inovação, que nunca para e precisa fazer parte do nosso dia a dia. Como você lida com isso no seu negócio?