Em agosto, as exportações de Santa Catarina alcançaram US$ 1,1 bilhão, queda de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o estado havia atingido seu maior montante mensal exportado na série histórica.
De acordo com a análise do Observatório FIESC, além da base de comparação elevada, o desempenho também está associado à desaceleração da atividade econômica mundial, em especial da China.
O país asiático, segundo maior comprador de produtos do estado, registrou seu quinto mês de contração consecutiva na atividade industrial em agosto, o que afeta diretamente o consumo no comércio externo.
“Se não houvesse a desaceleração no mercado asiático, Santa Catarina poderia ter registrado um desempenho ainda melhor nas exportações. O resultado no mês foi o quinto maior da série histórica e o segundo maior para um mês de agosto“, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.
Além disso, as exportações para os Estados Unidos também seguiram em trajetória de queda no mês. Diante do recuo da atividade industrial no país norte-americano, em agosto, houve diminuição na demanda por motores elétricos, partes de motor e partes e acessórios para veículos.
Outro país que apresentou recuo nas exportações foi o Japão, principal comprador de carnes de aves, que havia suspendido, até meados de agosto, suas importações do estado, após a confirmação de um caso de gripe aviária no estado. No entanto, os produtos foram deslocados para o Oriente Médio, sem prejuízo ao volume das vendas externas.
Para amenizar a diminuição das vendas para importantes parceiros comerciais, as empresas catarinenses têm diversificado os destinos de suas exportações, com destaque para países do Oriente Médio.
“A região se destaca na compra de tabaco não-manufaturado, compressores de ar e preparações e conservas de carnes e miudezas. No Oriente Médio, o faturamento saltou de US$ 65,2 milhões em 2022 para US$ 94,3 milhões em agosto deste ano”, ressalta Marcelo de Albuquerque, economista do Observatório FIESC.
O principal comprador de Santa Catarina no mês foram o Estados Unidos, com participação de 15,1% do montante comercializado. O México passou a comprar carne suína do estado, totalizando US$ 10,5 milhões em agosto. Com isso, tornou-se o quarto maior consumidor de produtos catarinenses. O país também ampliou em 62,7% as compras de partes de motor, em comparação ao mesmo período do ano passado.
IMPORTAÇÕES
Em agosto, o estado importou um montante de US$ 2,6 bilhões em mercadorias. O valor representa um crescimento de 2,4% em relação ao mês anterior, mas teve queda de 6,1% na análise interanual.
No mês, o preço médio das importações catarinenses caiu 1,8%, reflexo da continuidade do processo de desinflação global, observado a partir do segundo semestre do ano passado.
Esse movimento impulsionou a melhoria no fornecimento internacional de fertilizantes, importante insumo do agronegócio brasileiro, que teve o preço reduzido em cerca de 2/3 neste ano.
Outros insumos também foram impactados, como os compostos químicos, com destaques para os polímeros, carbonatos e reagentes de laboratório, além de produtos em metal, particularmente artigos em ferro ou aço.
Na análise mensal, as importações de carros elétricos atingiram o valor recorde na série histórica, alcançando US$ 32,5 milhões. Eletrodomésticos, como refrigeradores, fogões, máquinas de lavar e secadoras também apresentaram crescimento na pauta importadora.